Há menos de 15 dias para o término da Campanha contra a gripe, a Vigilância em Saúde do município registra a cobertura vacinal em 69,95% do grupo prioritário, com 48.945 doses aplicadas. A coordenadora da vigilância, Marisa Zanatta, alerta para a vacinação de crianças e gestantes, que ainda está abaixo do esperado, com 8.375 e 1.287 doses aplicadas respectivamente. Nesta semana, uma criança de um ano de idade, que não estava vacinada, foi internada na cidade com suspeita do vírus. Na quinta-feira (16), foi confirmado o diagnóstico para H1N1.
A coordenadora ressalta ainda que é importante a população que ainda não se vacinou procurar uma das unidades o mais breve possível. A detecção de anticorpos protetores se dá entre duas a três semanas após a vacinação, e com as temperaturas mais baixas neste período é mais fácil das doenças aparecerem. “A complicação da Influenza que mais frequentemente leva à hospitalização e a morte, é a pneumonia. As pessoas ainda não estão conscientizadas que a gripe pode levar a morte”, pontua Marisa. Ao final do grupo prioritário, caso sobre vacinas, será liberado para o restante da população.
A parcial da vacinação dos grupos que formam o grupo prioritário ficou em: crianças - 60,86%; trabalhadores da saúde - 74,47%; gestantes - 59,67%; puérperas - 66,20%; idosos - 90,72%; professores - 77,49%; grupos com comorbidades - 7.939 doses aplicadas. A vacina segue disponível em todas as 25 salas de vacina da rede municipal. A Central de Vacinas, como anunciado anteriormente, continua com atendimento restrito apenas para crianças, gestantes e puérperas. As demais unidades atendem todos os grupos. “Ainda temos tempo. É só a população procurar.”
Dois óbitos por influenza no Estado
A Secretaria da Saúde registrou nesta semana os dois primeiros casos de óbito por gripe no Rio Grande do Sul. Tratam-se de dois idosos. O caso mais recente dos óbitos ocorreu no último dia 11, em São Gabriel, com um idoso de 71 anos que contraiu o tipo de vírus A-H1N1. Anteriormente, em 2 de maio, a mulher de 79 anos, residente em Barra do Ribeiro, morreu após ficar internada na capital e teve diagnóstico para A- H3N2.
Para a secretária da Saúde do Estado, Arita Bergmann, o fato reforça a importância da vacinação para os grupos considerados prioritários. “Os óbitos alertam para a necessidade de as pessoas se vacinarem, principalmente as crianças, que tiveram uma das menores coberturas até agora”, disse. Os dois tinham ainda fatores de risco. O morador de São Gabriel era diabético, enquanto a residente em Barra do Ribeiro tinha uma imunodeficiência crônica.
Ambos procuraram atendimento após apresentarem sintomas de desconforto respiratório, com tosse, dor de garganta e febre. Os dois precisaram ser transferidos para leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e chegaram a iniciar o tratamento preconizado com o antiviral oseltamivir. Nenhum deles chegou a ser vacinado neste ano, já que as internações ocorreram antes do início da campanha de vacinação para os idosos. Até a quarta-feira (15), foram registrados nove casos pelos três tipos de vírus influenza, sendo esses óbitos entre eles. Os diagnósticos foram confirmados pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs).
Gripe já matou 99 pessoas no Brasil
O último balanço da vacinação, divulgado na quarta-feira (15), mostra que mais de 33 milhões de pessoas foram vacinadas contra a gripe no país. O número corresponde a 56% do público-alvo definido pelo Ministério da Saúde, que tem como meta vacinar 59,5 milhões de pessoas com a campanha. Apesar do índice, até 27 de abril, pelo menos 535 pessoas foram hospitalizadas este ano no país por síndrome respiratória aguda grave causada por influenza, e 99 morreram em decorrência do quadro.
De acordo com o Ministério da Saúde, do total de óbitos, 90% ocorreram em pessoas que já apresentavam fatores de risco para a gripe, como idosos, pacientes com doença crônica, crianças, gestantes, indígenas e puérperas. O boletim epidemiológico revela que o vírus H1N1 é predominante no país, até o momento, e responsável pela maior parte das mortes por influenza – sozinho, ele responde por 254 casos e 89 óbitos.
Quais são os grupos de risco?
- Crianças de seis meses a menores de seis anos (5 anos, 11 meses e 29 dias)
- Gestantes (em qualquer período gestacional)
- Puérperas (mulheres no período de até 45 dias após o parto)
- Trabalhadores da área de saúde
- Professores
- Povos indígenas
- Idosos (60 anos ou mais de idade)
- Adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas
- População privada de liberdade e funcionários do sistema prisional
- Pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais
- Policiais civis, militares, bombeiros e membros ativos das forças armadas
Vacinação em casa
O programa foi criado para levar a vacina contra o vírus da gripe até a residência de pessoas com 60 anos ou mais de idade, e que tenham dificuldades de locomoção, ou ainda, de pessoas mais jovens que se encontram nos grupos indicados para receber a vacina, mas não conseguem sair de casa por alguma enfermidade ou dificuldade de locomoção. O atendimento domiciliar pode ser solicitado pelo telefone (54) 3046-0153. O serviço está disponível nos turnos da manhã e tarde.