Os trabalhadores do transporte público coletivo entraram na fase final de negociação com a Coleurb para a definição do reajuste salarial da categoria. A empresa concessionária do serviço apresentou a proposta de 4,10% de aumento no salário-base dos colaboradores. Eles, no entanto, solicitam um reajuste de 6% no valor. Com o impasse, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Coletivos Urbanos de Passo Fundo (Sindiurb), Miguel dos Santos Silva, uma greve da classe trabalhadora não está descartada.
A categoria reuniu-se, no início da manhã de quarta-feira (29), para discutir, entre eles, a proposta fixada pela Coleurb. Caso a plenária se repita, nesta quinta-feira (30), os ônibus poderão atrasar em 1h a saída da garagem, prevista para começar às 7h. A orientação sindical, de acordo com Silva, é para que os cobradores e motoristas “trabalhem normalmente”. “Faremos uma assembleia entre o sindicato e os colaboradores para debater a proposta, na sexta-feira (31). Fomos surpreendidos ao saber que o dissídio já havia sido ajuizado. Isso causou revolta nos trabalhadores”, afirma.
Mediação
A negociação anual entre a entidade sindical e a empresa iniciaram ainda em março quando, segundo a Coleurb, foi realizada uma mediação entre as partes no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª região (TRT4), no dia 7 de maio, em Porto Alegre. “Mediação é diferente de ajuizamento. Buscamos, com anuência do advogado do sindicato, chegar a um acordo o mais rápido possível para não prejudicar o cidadão”, assegurou a presidente da Coleurb, Paula Bulla. Em nota, a empresa declarou não ter sido avisada de uma possível paralisação e diz aguardar a resolução da convenção. A proposta da Coleurb é reajustar o salário-base de motoristas, atualmente fixado em R$ 2.211,40, e dos cobradores, estipulado em R$ 1.392,52, em 4,10%.
A prestadora de serviço de transporte público também oferece a elevação do valor do ticket alimentação de R$ 385, 00 para R$ 435,00 aos cerca de 545 colaboradores. Isso, conforme declarou Paula, representa um aumento de 12,5% no reajuste do benefício alimentício. Ambos valores, no entanto, desagradam a categoria, que solicita um aumento médio de 6% nos ganhos mensais e R$ 450,00 para o vale-alimentação. “A empresa sempre teve o compromisso com os colaboradores e nunca atrasamos os pagamentos. A proposta está dentro do normal em relação a outros estados brasileiros, que oferecem o índice de 4% no valor de reajuste aos trabalhadores”, informou.
Ainda de acordo com a nota oficial emitida, a Coleurb transporta, diariamente, 45 mil passageiros nas rotas urbanas. Segundo Paula, no dia 4 de junho será realizada uma nova reunião entre a empresa e o sindicato para definição da aceitação ou recusa da proposta por parte dos colaboradores.