Estudantes e professores voltaram a se manifestar, nessa quinta-feira (30), contra o corte de 30% nos recursos do orçamento de instituições federais de todo o país, anunciado pelo Ministério da Educação. Denominado como “30M” e organizado pela União Nacional dos Estudantes (UNE), o dia de mobilização dá continuidade aos protestos que já aconteceram em 15 de maio, quando milhares de pessoas foram às ruas para demonstrar descontentamento com as medidas do governo. A UNE estima que 150 atos tenham acontecido em todo o país. Em Passo Fundo, no entanto, o protesto não ganhou as ruas. As lideranças do município preferiram mobilizar-se em uma série de reuniões que tiveram como principal objetivo articular a adesão à Greve Geral, prevista para acontecer a nível nacional no dia 14 de junho, em defesa da Previdência Social.
A primeira discussão aconteceu no campus passo-fundense do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Rio-Grandense (IFSul) e contou com a presença de estudantes e docentes da instituição, além de representantes da UNE, Diretório Central dos Estudantes da Universidade de Passo Fundo (UPF), Diretório Acadêmico do IFSul, União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Sindicato Municipal dos Professores (CMP), Sindicato Nacional dos Servidores Federais (SINASEF), Sindicato dos Metalúrgicos e Comissão Nacional dos Direitos Humanos (CDH). “Nossa discussão centrou-se, principalmente, no ato do dia 14 de junho. Na próxima semana, devemos organizar melhor quais serão as ações, mas o que ficou decidido desde já é que iremos aderir ao movimento nacional para paralisação geral e atos de manifestação pública”, esclareceu o professor Sidinei Cruz Sobrinho.
Atos semelhantes aconteceram também à tarde, organizados pelo CMP e pelo Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS), e reuniram profissionais da rede municipal e estadual de Passo Fundo. De acordo com o dirigente do CMP, Eduardo Albuquerque, além de discutir os cortes na educação, o ato serviu como forma de conscientizar a categoria sobre a importância de aderir aos protestos contra a reforma da Previdência. “No dia 14, o que vai acontecer é uma greve, estamos chamando todas as escolas para que paralisem as atividades. É um ato que deve mobilizar todos os trabalhadores, mas no nosso caso, por representarmos os educadores, é com eles que estamos debatendo. Os cortes na educação e a reforma previdenciária são questões que nos afetam muito. Se nos omitirmos e não participarmos, o preço será alto. Os professores estão bem cientes de qual é a contribuição deles para o plano do governo: mais dez anos de trabalho”, defendeu.
Ainda de acordo com Eduardo, embora os atos para a Greve Geral ainda estejam sendo organizados no município, a intenção é ir às ruas com estudantes e trabalhadores de todas as categorias, ocupando de maneira pacífica e democrática a Avenida Brasil.