Olhar no futuro
As pessoas reclamam do trânsito em Passo Fundo. É claro que no passado já foi bem mais tranquilo. A cidade cresceu e os problemas no tráfego são inevitáveis e classificados como ônus do desenvolvimento. Então ouço as pessoas falarem que temos muitos automóveis nas ruas da cidade. Ora, isso não é ruim. Ao contrário, toda abundância é um sinal de qualidade de vida. Mas se temos muitos automóveis, necessitamos de uma boa infraestrutura viária. Ocorre que aumentou o volume de veículos em circulação e o sistema viário não consegue acompanhar essa nova demanda. Isso não é privilégio de Passo Fundo. São raras as cidades preparadas para essa multiplicação dos veículos. Então, já poderíamos estar de olho no futuro. Algo deve ser planejado para adequação dos ônibus no centro, corredores para os coletivos, áreas para estacionamento etc. Já é hora de pensar num metrô. Por que não um aeromóvel? Antes de buzinar, vamos planejar.
A chuva
Verão, final de tarde e um calor infernal. Aí vem uma chuvinha e aquele aroma gostoso de terra molhada que propicia sorrisos. Ah, que maravilha essa chuva que chegou para refrescar. Agora, num cinzento outono, enfrentamos os primeiros dias frios do ano. E quando chove ninguém comemora. A reclamação é geral. Na semana passada foi assim, com chuva forte, fraca, fina ou grossa. Teve chuva para todos os gostos e em todos os horários. Em meio ao dilúvio de maio, encontramos lajotas soltas, poças d’água ou trechos de calçadas sem marquise. Entraram em cena os guarda-chuvas que nem sempre abrem, enroscam por tudo e ainda são furtados. Além disso, não podemos nos esquecer do indescritível incômodo dos sapatos encharcados. Não bastasse a chuva, ainda ficamos ouvindo as pessoas reclamarem da mesma. No fundo somos ingratos em relação à chuva que traz água para nossas vidas. Ora, se no verão ela é recebida com muito carinho, por que tamanho desprezo no outono?
Fogões e panelas
Na minha concepção o fogão ainda é a lenha. Até porque o fogão a gás apareceu bem depois. É claro que só cozinho em fogão a gás. Depois chegaram os fornos de micro-ondas, porém nunca aceitei esse tipo de modernidade. Agora os fogões elétricos estão na moda. Mas as panelas também evoluíram e revolucionaram a vida numa cozinha. A panela de pressão surgiu como milagrosa, por cozinhar o feijão em apenas 20 minutinhos. Uso e abuso da panela de pressão. Mas esses dias me perdi no tempo e queimei uma carne que seria ao molho de mostarda e cebola. Para não desperdiçar, transformei os escombros num inusitado molho madeira campeiro. Não ficou de todo ruim. Agora, para não repetir essas façanhas, já estou de olho numa panela de pressão elétrica. Mas nunca abandonarei a velha panela de ferro.
Iracélio
No Bar Oásis vigora a teoria da vassoura nova. A Luiza Castanho chegou revolucionando, instalou porta de vidro e a Mesa Um ganhou uma placa metálica de “reservado”. Todos aplaudiram. Menos um. Claro, cresceu o olho do Iracélio que reclamou para o Léo pedindo uma placa para a mesa que ocupa. “Se é assim, tem que reservar uma mesa para nós. Eu, o Jota, o Acioly, o Camargo e o Ricardo”. A resposta do Léo é impublicável.
Trilha sonora
Alemã naturalizada britânica, Tanita Tikaram: Twist In My Sobriety
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