O Ministro Paulo Guedes realmente parece ser o único político do governo que trata o tema da reforma previdenciária como essencial, afeito ao momento urgente do país. Às vezes demonstra aparente excesso, mas explica o quanto urge a concentração. Curiosamente o presidente Bolsonaro dissipa sobre a matéria, espalhando energia política em projetos secundários, como legislação sobre armas ou legislação sobre trânsito. Fica difícil imaginar que tais iniciativas sirvam para consolidar votos governistas necessários para garantir o que parece ser consenso na opinião pública, ou seja, a necessidade de que a reforma seja feita agora. As possíveis alterações no projeto dito de estado, certamente serão crivadas no Congresso Nacional. A precipitação dos índices de crescimento só não se torna pior porque há expectativa de critérios de austeridade indeclináveis para o futuro da previdência. O jeito dispersivo do presidente eleito, convenhamos, não combina com o grave e exigente momento nacional.
Estados e municípios
Aumento da idade mínima e do tempo de contribuição para aposentadoria são assinalados como pressuposto para a reforma de Gudes. O mais difícil de ser absorvido, no entanto, é a equiparação (pela menor remuneração) entre os grandes salários do setor público e a aposentadoria dos jubilados privados. Outro entrave é a extensão da reforma da previdência nos estados e municípios, rejeitada por alguns segmentos. Está definido que a reforma vai estabelecer aperto geral e não parece razoável que estados e municípios fiquem fora em meio à sangria dos cofres públicos. Não há ilusão; pessoas de bem, trabalhadores esperançosos sofrerão o baque! E o Ministro Paulo Guedes tem sido até dramático em dizer que não será um mar de rosas a reforma proposta que encaminha a nova era fiscal intrínseca. Mesmo com as mudanças o país corre o risco de morrer na praia, mas se abre a difícil perspectiva de investimentos.
Dialética social
A mudança na plataforma do sistema previdenciário pode não ser a melhor opção, porque somos uma maioria leiga no assunto. Mas vai acontecer. Certamente será a prova de que não há ação forte na democracia sem mancha. Haverá mais descontentes do que se imagina, em nome de remédio amargo. Inevitável é o confronto entre segmentos. As corporações, maioria e minorias, tentarão salvar direitos justos e também privilégios. O ambiente pátrio vive e viverá por mais tempo a sina da dialética social, como definia Horácio: “Tua res agitur, paries cum proximos ardet” (cuida das tuas coisas quando a parede do teu vizinho estiver pegando fogo).
Morte de Daudt
No último dia 4 foi lembrado o assassinato do jornalista e deputado estadual, José Antônio Lopes Daudt, em Porto Alegre. O crime que ceifou a vida do comentarista de TV, mais evidente da época, até hoje permanece sem reconhecimento de autoria. Passaram-se 31 anos, e o caso momentoso que abalou entranhas da política e comunicação permanece na obscuridade. Daudt, voz vigorosa e jornalista polêmico, foi enorme perda para o debate de opinião.
TV Cultura
Ainda ecoam programas alusivos aos 50 anos da TV Cultura de São Paulo. No domingo passado tivemos o privilégio de ouvir a Orquestra de São Paulo em apresentações de músicas Brasileiras. Vários sucessos a exemplo de Um a Zero, É luxo Só, Beatriz, e outros exaltaram a extraordinária riqueza que é a música brasileira. Foram apresentadores do espetáculo, a magnífica Joyce Ribeiro e João Maurício. A emissora mantém programação, elenco de apresentadores, e noticiaristas de elevada categoria.
Apego ao celular
Entre maravilhosos benefícios para a nova geração, está em discussão o uso ou abuso do celular. É o novo ócio, para todas as gerações. Resta criatividade e disciplina para retomar a conversa entre pais e filhos, dentro de casa.
Incorporações
O efeito cascata ou incorporação de vantagens de carreiras públicas gerou salários monumentais. Ao longo dos anos foram os chamados projetos “Izi Fio”!