Falhas na rede elétrica, falta de iluminação emergencial, sinalizações de orientação e salvamento inexistentes e extintores de incêndio vencidos foram alguns dos problemas constatados pelo Corpo de Bombeiros na Escola Estadual de Ensino Médio Mário Quintana. A vistoria, realizada no fim da tarde dessa quarta-feira (5), havia sido solicitada pelo Ministério Público ainda na semana passada, quando a escola precisou suspender as aulas depois que uma professora foi vítima de choque elétrico em uma das salas de aula. Na manhã de terça-feira (5), a direção tentou retomar as atividades, no entanto, no mesmo dia, novos problemas na fiação elétrica voltaram a preocupar a comunidade escolar. Esse conjunto de fatores fez com que o Corpo de Bombeiros determinasse a interdição do espaço até que sejam atendidas algumas medidas necessárias, como o cumprimento do Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio. As aulas estão suspensas por tempo indeterminado.
Devido aos problemas, a instituição já havia recebido vistoria técnica de um engenheiro elétrico contratado pela 7ª Coordenadoria Regional de Educação (7ª CRE), na manhã da última sexta-feira (31). Embora o laudo do profissional apontasse a necessidade de obras emergenciais em toda a edificação, não determinava a interdição do espaço e nem a suspensão das aulas, desde que fossem tomadas medidas emergenciais paliativas. Reparos mais imediatos, como o corte da circulação elétrica em alguns setores e aterramento de fios, foram atendidos na segunda-feira. Mesmo assim, segundo a vice-diretora do turno noturno, Jucenara Oliveira Garcia, os problemas persistiram. Na quarta-feira, duas pessoas levaram um choque dentro da escola e uma turma precisou ser evacuada devido à ocorrência de um "estouro" em uma das salas de aula.
De acordo com a representante do setor de Obras da 7ª CRE, Mara Mader, o órgão está aguardando a liberação de recursos financeiros do Estado para começar as reformas. "Nós já estávamos buscando alguns orçamentos, no valor de até R$ 32 mil, para fazer os reparos apontados no laudo do engenheiro, mas a escola acabou sendo interditada pelos Bombeiros antes que concluíssemos todo o processo. A avaliação deles era mais na questão dos planos de incêndio, que não estavam sendo seguidos, mas a manutenção desses cuidados era de responsabilidade da escola. O que nós, como coordenadoria, precisamos fazer agora é elaborar três orçamentos e enviar eles junto com o laudo para a Secretaria de Educação em Porto Alegre. Os documentos serão avaliados pela Coordenadoria Regional de Obras Públicas. Depois que a CROP der o aval, aí sim a verba será liberada", explica.
Conforme a vice-diretora da Mário Quintana, em 36 anos de funcionamento, a escola nunca passou por reformas significativas na rede elétrica. Por este motivo, a estrutura apresentava sérios problemas de deterioração, colocando em risco a vida de estudantes e funcionários. "Para fazer os reparos solicitados pelo engenheiro da 7ª CRE, nós recebemos um prazo de um prazo de 10 a 40 dias, já os Bombeiros deram um prazo de 30 dias. Mas nós acreditamos que na semana que vem já conseguiremos atender algumas das exigências. Estamos desde ontem correndo atrás e fazendo o possível para que os alunos possam voltar às aulas", garante.