Cronograma deve ser apresentado na próxima semana

Após reunião de duas horas durante a manhã de ontem (10), Cesar Faccioli voltou a falar sobre cumprimento de prazos para utilização de verbas públicas para reforma do PRPF e construção de penitenciária feminina, mas que cronograma só deve ser apresentado na próxima semana ao Governo do Estado

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O secretário de Administração Penitenciária Esta­dual, Cesar Faccioli, esteve ontem (10) em Passo Fundo para discutir com autoridades soluções ao problema da superlotação do Presídio Regional de Passo Fundo (PRPF). A visita aconteceu pouco mais de 90 dias de uma reunião com o vice-governador e secretário de Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira Júnior, quando foram solicitadas a re­forma do PRPF, construção da penitenciária feminina e criação do Instituto Penal de Monitoramento da 4' Região Penitenciária. Faccioli manteve o posiciona­mento de urgência em relação ao problema do muni­cípio, apresentando prazos já estabelecidos para que recursos não se percam. Também participaram do en­contro promotores, vereadores, e o deputado Paparico Bachi (PR).

 

"O prazo que nós temos hoje é um prazo da Caixa Econômica Federal e do Fundo Nacional que é em se­tembro. Viemos aqui informar o detalhamento de que vamos cumpri-lo. A partir do cumprimento desse pra­zo que vence em setembro já temos compromissado e definido a projeção de que ainda esse ano vamos lan­çar o edital da Cadeia Pública. Temos uma reunião de validação interna do governo na semana que vem e já informamos à juíza e ao Ministério Público (MP) que daremos uma devolutiva em relação a essa validação específica que vai nos permitir, aí sim, passar um cro­nograma, objetivo, um prazo com datas e projeções, já se possível na semana que vem", justificou.

 

Para a Cadeia Pública Feminina, prevista para ser construída às margens da BR 285, há uma verba dispo­nível estimada em cerca de R$ 9 milhões e, para a re­forma do PRPF, de R$ 6,6 milhões. Bachi ainda apon­tou a possibilidade de se vender imóveis da Fepagro para reverter os valores ao Fundo Estadual de Sistema Penitenciário, como alternativa para garantir as obras previstas.

 

A necessidade de vagas vai de encontro com a popu­lação carcerária do Presídio Regional de Passo Fundo, que está com 786 internos, em uma capacidade de 307 internos - um déficit de 479 vagas, segundo dados da Superintendência de Assuntos Penitenciários.

 

Desde março, quando a comitiva do município este­ve em Porto Alegre, a juíza Lisiane Marques Pires Sas­so, responsável pela Vara de Execução Criminal Regio­nal de Passo Fundo (VEC), já apontava que na falta de vagas será necessário interditar.

 

"A interdição só vai estar afastada por completo quando tivermos vagas e situações dignas de cumpri­mento de pena. Enquanto isso estamos alinhavando soluções junto ao governo do estado", frisou na manhã de ontem, após reunião com o secretário, no Fórum de Passo Fundo.

 

Apesar de Faccioli defender que só na próxima se­mana terá respostas mais concretas quanto a prazos, apesar de medidas terem sido cobradas há mais de 90 dias, Lisiane acredita que as demandas devem ser atendidas.

 

"O secretário nos trouxe a informação de que as de­mandas estão no cronograma geral (...) Se viu a viabi­lidade sim de aplicação dessas verbas já destinadas. Agora depende do governo do estado", defendeu.

 

Tornozeleiras

Após a reunião, o secretário foi ao Instituto Penal de Passo Fundo (IPPF) conhecer as instalações do Institu­to Penal de Monitoramento da 4' Região Penitenciária, que será uma terceira casa prisional na cidade.

 

O investimento no espaço foi de R$ 27 mil, arcados com recursos da Vara de Execuções, Ministério Públi­co do trabalho (MPT), Justiça Federal e Conselho da Comunidade do Sistema Penitenciário (CCSP). O espa­ço conta com cinco salas e computadores que devem receber um software para monitoramento das torno­zeleiras.

 

A previsão, de acordo com delegado da 4' Delega­cia Regional Penitenciária, Alexo Wallau, é de que até o início de julho os 93 monitorados de Passo Fundo, que hoje estão dentro do sistema de Santa Maria, passem a ser monitorados pelo Instituto Penal de Monitora-mento da 4' Região Penitenciária. Em agosto, que seja instalado o novo software para monitoramento e, em setembro, que o Instituto já esteja abarcando toda a 4' região.

 

"Ternos uma expectativa que tenhamos dentro da região 250 apenados (com tornozeleira) incluindo to­das as casas prisionais", apontou Wallau. Devido ao sistema ser novo e possuir tecnologia Suí­ça, um projeto piloto está sendo testado em Santa Cruz do Sul. Para todo o Estado foram adquiridas 10 mil tor­nozeleiras que devem ser distribuídas na região. A visita foi conduzido pela juíza, que, na chegada, ou­viu o apelo de um detento: "Vem ver a situação nossa, viu, doutora!" Ao que respondeu: "A gente ta aqui pra isso."

 

A magistrada ainda pediu que mostrassem ao secre­tário o Alojamento Seguro, denunciando o estado "em­poleirado" em que vivem os detentos no IPPF. "Passo Fundo é nossa prioridade", prometeu Faccioli.

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