Convocada pelas centrais sindicais de todo o país como forma de oposição à Reforma da Previdência e os cortes na Educação propostos pelo atual governo, a Greve Geral desta sexta-feira (14) deve contar com a adesão de estudantes e trabalhadores passo-fundenses de quase todas as categorias. A concentração está prevista para começar por volta das 10h, em frente à Praça do Teixeirinha, e seguir pela Avenida Brasil, chegando até a Esquina Democrática. Os atos da Greve Geral se estendem ao longo do dia e podem causar impactos em serviços como o transporte. Isto porque, embora não tenha sido confirmado pelos manifestantes, há a possibilidade de que grupos realizem, no início da manhã, um ato em frente à garagem da Coleurb no intuito de bloquear a saída dos ônibus da empresa. Em nota, a Coleurb informou que não irá aderir à greve e que sua frota está preparada para funcionar normalmente, no entanto, reconheceu a possibilidade de ocorrência de situações adversas, tal qual o bloqueio das garagens e, consequentemente, o atraso na circulação dos coletivos. Por este motivo, o setor de Comunicação da empresa está operando em regime de plantão a fim de manter a comunidade atualizada sobre a operação das linhas de ônibus.
Já o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Coletivos Urbanos de Passo Fundo (Sindiurb) confirmou que participará dos protestos, mas ressaltou que a escolha por juntar-se ou não aos atos é individual. "A nossa decisão é por aderir como diretoria, mas aí vai de cada trabalhador participar, e nós, como sindicato, temos que tentar proteger os trabalhadores que não quiserem aderir para que possam trabalhar normalmente", salienta o presidente da entidade, Miguel Valdir dos Santos. O mesmo vale para comerciários e servidores municipais. De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Passo Fundo (Simpasso), Éverson da Luz Lopes, o poder Executivo não liberou o ponto para funcionários. "Infelizmente eles não tiveram o entendimento dessa necessidade de adesão. Mas os colaboradores que atuam em outros turnos podem aderir", comenta. A intenção do Simpasso é, ainda, visitar os comerciantes locais desde as primeiras horas da manhã e convidá-los a fecharem suas lojas para que se unam ao movimento. Representantes da entidade estiveram mobilizados em torno da greve desde o início desta semana, quando visitaram servidores municipais e distribuíram panfletos que explicaram alguns dos pontos apresentados no projeto da Reforma Previdenciária.
Educação
Na rede municipal de ensino, os professores decidiram suspender coletivamente as aulas em apoio à greve, enquanto na rede privada e estadual a de cisão fica à critério da direção de cada instituição. "Imaginamos que 90% das escolas estaduais vão aderir aos protestos, está todo mundo bem ciente da importância e dos propósitos dessa ação. Inclusive, as escolas estaduais que estão interditadas aqui no município por problemas estruturais estão pensando em fazer uma manifestação na porta da Coordenadoria Regional de Ensino", explica o presidente do Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (CPERS), Orlando Marcelino. Nas instituições de ensino superior, as duas a anunciarem adesão à greve em Passo Fundo foram a Universidade Federal da Fronteira Sul e o Instituto Federal Sul RioGrandense. Elas encontram respaldo na decisão do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (SINTEE).
Bancos
Para os bancários, a situação ainda é incerta. Em assembleia, o Sindicato que representa a categoria votou pela adesão aos protestos, mas os trabalhadores devem decidir somente nesta manhã se vão realmente participar dos atos.
O Sindicato dos Metalúrgicos, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos em Serviços de Saúde, Sindicato dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário, Sindicato dos Trabalhadores em Hoteis, Restaurantes, Bares e Similares, Movimento Sem Terra e líderes de ocupações são alguns dos outros grupos que votaram a favor da participação destas categorias em Passo Fundo.