Sindicatos voltam a conversar hoje

Entidades negociaram durante duas horas na tarde de ontem (17). As tratativas são sobre a convenção coletiva da categoria e a abertura das lojas no feriado de Corpus Christi

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Presidente dos Comerciários, Tarciel da Silva, conversa com trabalhadores da HavanPresidente dos Comerciários, Tarciel da Silva, conversa com trabalhadores da Havan
Presidente dos Comerciários, Tarciel da Silva, conversa com trabalhadores da Havan
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Sindicato dos Comerciários e Sindilojas devem voltar a conversar na manhã de hoje (18) para discutir sobre a convenção coletiva da categoria e sobre a abertura das lojas no feriado de Corpus Christi, no dia 20 de junho. Foi o que decidiram as duas entidades após duas horas de negociação, na tarde de ontem. Os desdobramentos da discussão começaram ainda de manhã, quando os colaboradores da empresa Havan de Passo Fundo se reuniram novamente na frente do Sindicato dos Comerciários, na Rua Morom. Eles cobram agilidade da entidade na assinatura da convenção coletiva 2019/2020. A data-base da categoria venceu no dia 31 de março.

 

Entre as reivindicações dos colaboradores da Havan está a manutenção de direitos adquiridos. Os funcionários foram recebidos pelo presidente dos Comerciários, Tarciel da Silva, que argumentou que havia encaminhado uma proposta à patronal, o Sindilojas, e aguardava retorno. Em determinado momento da conversa, os funcionários pediam aval para trabalhar no feriado desta semana, de Corpus Christi, sem que a empresa fosse multada por isso. “Nós só queremos que mantenha a convenção”, gritavam os protestantes.

 

Após a manifestação, o Sindicato dos Comerciários encaminhou uma carta de esclarecimento aos trabalhadores da categoria e à imprensa. No documento, voltam a defender a renovação de todas as cláusulas da convenção coletiva do ano passado (que inclui o pagamento de 100% de hora extra em domingos e feriados de 6h trabalhadas + 1 folga), reajuste salarial em 7% e homologação das rescisões no sindicato. No documento, os comerciários também alegam que não aceitam fechar essa proposta para apenas uma empresa, já que são mais de 12 mil trabalhadores da categoria e os direitos devem ser os mesmos a todos. “Nosso trabalho é não entregar nossos direitos. Não podemos fechar acordo em separado como deseja o Sindilojas, porque isso só beneficia a patronal. Nossa responsabilidade é com toda a categoria”, dizia, na carta.

  

Não abertura em feriados

Sobre a questão da não abertura em feriados, uma das discussões centrais da polêmica, os comerciários informam que no dia 6 de junho fez uma assembleia geral e que a maioria votou pela não abertura até que esteja fechada a convenção coletiva.

 

Protesto da última semana

Na quinta-feira passada, dia 13, os funcionários da empresa já haviam feito um protesto em frente ao Sindicato dos Comerciários cobrando agilidade na negociação. No dia 11 de julho, o Sindicato dos Comerciários havia informado que não aceitava o oferecido pelos lojistas. No documento, os trabalhadores encaminharam uma contraproposta de piso salarial, além de outros itens, como a manutenção das clausulas anteriores e homologação obrigatória das rescisões trabalhistas no sindicato.

 

Segundo o presidente do Sindicato dos Comerciários, Tarciel da Silva, eles haviam oferecido reajuste de 4,6%, equivalente à inflação. Em resposta, a entidade que representa os trabalhadores pede reposição de 7%. O presidente também enfatizou a necessidade de fazer as rescisões trabalhistas no sindicato, já que esse é o momento em que o trabalhador está mais frágil e precisa de amparo legal da classe.

 

Polêmica dos feriados

A discussão sobre a utilização de mão de obra de comerciários em feriados já foi alvo de polêmicas na convenção coletiva do ano passado. O embate começou quando a empresa anunciou o desejo de abrir a loja aos feriados, como o faz em outras cidades em que possuí filiais. Passo Fundo, até o momento, de acordo com a convenção coletiva dos trabalhadores, com vigência até março de 2018, não permitia o trabalho dos comerciários em sete feriados. Diante da notícia, em declaração, membros da direção da empresa enfatizaram que só se instalariam na cidade se pudessem abrir nessas datas.

 

Em suas manifestações o Sindicato dos Comerciários, manteve o posicionamento de que não iria permitir a perda de direitos dos trabalhadores. Em meio a esse clima, começaram as negociações da reposição salarial e outras questões da convenção coletiva. O representante dos comerciários, Tarciel da Silva, chegou a sofrer ameaças em redes sociais, por parte da população, em virtude das negociações. Em 13 de julho, os trabalhadores aprovaram, em assembleia, a proposta encaminhada pelas empresas, que como a Havan, quisessem aderir ao sistema de só fechar a loja em quatro feriados por ano: Dia do Trabalhador, Ano Novo, Natal e Páscoa.

 

Na negociação, o sindicato conseguiu um piso maior para os funcionários destas empresas. Com salário de R$ 1.450 e R$ 364,00 de ticket alimentação aos funcionários. Para os demais comerciantes, que não trabalham em sete feriados, o piso ficou em R$ 1.270. Os feriados, neste caso, são: Revolução Farroupilha, Finados, Natal, Ano Novo, Dia do Trabalhador, Domingo de Páscoa e Sexta-feira Santa.

 

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