OPINIÃO

Francisco, o papa

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No dia 29 de junho a Igreja celebra os apóstolos São Pedro e São Paulo, quando não é domingo celebra-se a solenidade no domingo seguinte. Associada a esta festa, os católicos são convidados a rezar e a se unir ao sucessor de Pedro, que neste momento é o Papa Francisco. No começo da missa reza-se: “Ó Deus, que hoje nos concedeis a alegria de festejar São Pedro e São Paulo, concedei à vossa Igreja seguir em tudo os ensinamentos destes apóstolos que nos deram as primícias da fé”.


Pedro é mencionado muito mais frequentemente nos quatro evangelhos, que qualquer outro apóstolo, indicando que tinha uma posição especial no grupo. Esta posição especial pode ser percebida na estreita relação que tinha com Jesus recebendo certas responsabilidades, como representante e porta-voz do grupo e pelas iniciativas. No livro de Atos dos Apóstolos, que relata o começo da Igreja, Pedro aparece como guia da comunidade cristã.


Paulo não conheceu pessoalmente Jesus Cristo, mas se aproxima dele depois de uma forte experiência quando estava indo para Damasco para perseguir os cristãos. A partir daí, nos textos do Novo Testamento é o personagem mais mencionado. São dois apóstolos com características pessoais próprias. Eles contribuíram decisivamente nos primórdios da Igreja, por isso são considerados duas colunas fundamentais da evangelização.


Pedro e Paulo serão eternas referências para Igreja, em especial, para o ministério do papa. Destaco algumas qualidades destes dois apóstolos, muito visíveis no Papa Francisco. A primeira e a fundamental a ser destacada é a fé. São Pedro professou sua fé afirmando que “Tu és o Cristo” e São Paulo afirma “para mim viver é Cristo”. Quando olhamos para o Papa Francisco percebe-se nitidamente o seu abandono total nas mãos de Deus. Abraçou a causa do Reino de Deus e isto o faz um homem sereno e alegre. Em todos os seus ensinamentos insiste que a fé traz alegria, anuncia o Evangelho da alegria, a vida familiar vivida na fé traz alegria, que a santidade de vida é exultação e alegria. Fazer a vontade de Deus é uma opção consciente e livre, pois o centro é Cristo. Por isso, insiste tanto que não podemos ser autorreferencias, isto é, voltados si próprios. A fé o faz uma pessoa livre.


Uma segunda qualidade é a liderança. A liderança do Papa Francisco é marcada pela humildade. Antes de ser papa escreveu: “Se conseguimos desenvolver uma atitude verdadeiramente humilde, podemos mudar o mundo”. Muitas personalidades públicas adotam um estilo de vida com ostentação, de valorização da exterioridade, do visível e superficial. Francisco se apresenta como um líder sóbrio, despojado e simples. O seu modo de liderar aponta que está servindo a Igreja, está a serviço das pessoas. Deixa claro que as pessoas não estão a serviço dele e por isso optou por um estilo de vida para estar próximo dos colaboradores eliminando barreiras. Os momentos da vida cotidiana, desde uma refeição, propiciam espaços informais de exercício da liderança.


Destaco como terceira qualidade a sua coragem. As dimensões da Igreja Católica e a sua longa história faz surgir nela muitos santos e fiéis colaboradores, mas também nela vivem muitos infiéis e escandalosos. Estruturas criadas para responder a necessidades, com o tempo, podem se tornar obsoletas. O Papa Francisco assumiu os problemas existentes e encaminha constantemente orientações e medidas. Somente as crises assumidas geram soluções. Junto com o cuidado interno da Igreja, a partir da Doutrina social da Igreja, ele tem se posicionado corajosamente sobre problemas sérios da humanidade que ameaçam a vida.

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