Se por acaso você não teve a oportunidade não a perca, viaje com Marcelo, Marcelo Gleiser que é professor de Filosofia Natural e Astrologia no Dartmouth College, além de profundo conhecedor da cosmologia que é o ramo da ciência que estuda a estrutura e a evolução do universo em seu todo (origem e evolução dele). Li O Fim da Terra no Céu, Mundos Invisíveis (do mesmo autor), além de A Magia da Realidade e O Maior Espetáculo da Terra (Dawkins) e O Grande Projeto (Hawking), entre outros. Por que isso tudo? Pela incansável busca de desvendar os propósitos dessa existência, origem e futuro das coisas.
Sou metafísico porque em algum momento nos quedamos a isso. Mas, sou absolutamente ciência-dependente no sentido da mensuração das coisas todas.
Das análises das respostas que temos fica complicado entender os processos da grande transformação de objetos inanimados em animados, da transformação da não inteligência para a inteligência. Éramos seres basicamente físicos que geraram reações químicas e que, por fim, geraram biologia. Como se procedeu isso tudo? Não sabemos. Como passamos de seres unicelulares a essa complexidade de tecidos? Como saímos das trevas para a inteligência? A ciência existe há 400 anos, pouco mais, em um processo de evolução iniciado há 14 bilhões de anos através da explosão de uma ervilha altamente energética denominada big bang (de acordo com o George Gamow). Até bem pouco acreditava-se na diminuição da expansão do universo e, talvez, o início de seu encolhimento. Mas, não; o universo se encontra em expansão acelerada sem que saibamos as razões para tal.
O que somos e para onde vamos? Alguns cientistas passaram a considerar que sejamos ilusão, mundo virtual, programa de computador (matrix). Parece que somos únicos porque a geléia de fatores que nos criaram e fizeram evoluir depende exatamente da distância ideal do sol para a terra onde a água, em seu estado líquido (nem tão longe do sol que pareça gelo e nem tão perto que pareça vapor). A lua equilibra a terra e faz com que seu movimento em elipse ao redor do sol seja matemático. Sem a lua perderíamos a distribuição das quatro estações do ano, o que teria efeitos imprevisíveis sobre o destino do planeta mãe. A terra e todos os planetas são constituídos pelo que não foi aproveitado na criação das estrelas que são, por sua vez, hidrogênio e hélio. Somos, como planetas, lixo ou o que sobrou ou, ainda, poeira das estrelas. Está tudo na internet e nos livros.
Melhor não pensar muito, melhor escolher um vinho tinto do Alentejo e pensar na sexta ou sábado e agradecer, a quem quer que seja, pela oportunidade de aqui estar e pensar. In vino veritas.