Horta comunitária é vandalizada durante a madrugada

Espaço é cultivado há 3 anos pelos moradores do bairro Cohab Secchi

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Horta comunitária foi construída em um espaço onde funcionava um depósito de resíduosHorta comunitária foi construída em um espaço onde funcionava um depósito de resíduos
Horta comunitária foi construída em um espaço onde funcionava um depósito de resíduos
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 Assim que acordou, na manhã de terça-feira (3), a microempresária Marli Biolchi demorou a entender o que poderia ter acontecido para que as telas da horta comunitária, mantida há três anos pelos moradores do bairro Cohab Secchi, estivessem rasgadas. Durante a madrugada, o espaço foi vandalizado e a autoria do crime ainda não foi identificada.

Percorrendo a área verde cultivada às margens de uma rodovia estadual, ela narra o cenário de destruição que encontrou e ainda permanece no local. Pilares feitos de madeira, telas e portas que, antes, abrigavam o crescimento de hortaliças, chás e temperos para uso comum e plantio dos moradores da localidade; agora, se curvam em um amontoado de escombros no solo. “Doeu muito o coração. Esse senso de coletividade está se perdendo, mas nós vamos nos reunir para reconstruir”, assegura enquanto lança um olhar mais demorado para a estufa, no “Cantinho do vô Ari”. “Demos esse nome porque ele foi um dos primeiros a cuidar da horta”, revela.

A iniciativa de transformar um espaço que antes servia como aterro e depósito de resíduos partiu do morador da localidade, Gerson Bertoncello. Há três anos, ele pensou em uma maneira de recuperar ecologicamente esse ambiente, convertendo o lixo em uma alternativa para que os vizinhos pudessem fazer o plantio de alimentos saudáveis e orgânicos. “Temos aqui uma das maiores áreas verdes da cidade, então a comunidade se uniu para que ele fosse um ambiente para lazer e cuidado”, continua Marli.

Embora o registro de ocorrência não tenha sido efetuado e nem, até agora, possível identificar a autoria do dano ao patrimônio, segundo ela porque não há câmeras de segurança, a microempresária afirma que, no sábado pela manhã, uma força-tarefa organizada pelos próprios moradores do bairro será realizada para que as duas estufas voltem a ter o formato inicial e germinar os alimentos. “Qualquer pessoa pode vir aqui pegar, mesmo que não plante. É algo coletivo e, mesmo com essa destruição, a gente viu a força da nossa comunidade”, avalia. “Você pode até tentar vandalizar, mas se as pessoas são unidas, o bem sempre vai vencer”, reitera.

Além da horta comunitária, o espaço dispõe de uma churrasqueira e um gramado onde são realizados os eventos do bairro, como o que vai acontecer no mesmo sábado da reconstrução. “Estamos planejando uma festa junina porque isso aqui é para a integração de todos os moradores”, afirma Marli. Conforme revelou, a construção de faixas para caminhada e ciclismo deverão alterar a paisagem dentro dos próximos meses. “A resolução já foi aprovada e nós aguardamos. Vem bastante ciclista aqui porque é um lugar plano”, comenta.

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