Reforma estatutária, desburocratização e adequação da instituição às inúmeras plataformas disponíveis para o ensino. Isso sem deixar de lado o ensino presencial, qualidade e a história de mais de 50 anos da Fundação UPF e da própria UPF. Gerenciar de forma transparente e harmônica esse processo de transição que visa unicamente atender melhor o aluno e modernizar a instituição, são alguns dos desafios assumidos pelo novo presidente da Fundação, ao lado dos demais gestores para gestão 2019-2021. O presidente eleito é professor há 18 anos da Faculdade de Direito. Luiz Fernando Pereira Neto é de Lagoa Vermelha e o primeiro lagoense a assumir a presidência da FUPUF, nestes 20 anos em que a instituição está instalada na cidade. “É uma homenagem ao sistema multicampi”, diz, ao referir sobre o orgulho que a comunidade tem em relação a essa escolha. Formado em direito pela UPF, Luiz Fernando seguiu o caminho do pai na advocacia. “Meu pai, João Pereira Neto (in memorian) foi advogado por mais de 50 anos, formado pela terceira turma do direito da UPF. Minha paixão pela advocacia e a área do direito penal vem de família”, diz. Luiz Fernando define o direito penal, que não é uma escolha da maioria dos profissionais, como o ramo do direito que fica mais próximo da miséria humana, das tragédias que evolvem os dois lados. “É a questão humanitária que o direito penal envolve e que é absolutamente apaixonante. Aqueles que trabalham sabem como é isso”, complementa
Desde a semana passada, Luiz Fernando vem dividindo o seu tempo comas questões administrativas e burocráticas da Fundação Universidade de Passo Fundo. Assume a presidência em um momento delicado economicamente para o país e, por conseqüência, para o setor educacional como um todo. “É um momento delicado em termos de crescimento econômico do país é um desafio tomar à frente de uma instituição gigantesca como é a UPF e tão importante para o desenvolvimento regional. Precisamos dar prosseguimento a tudo o que produzimos nos últimos 50 anos, mas com novas soluções para problemas que encontramos no momento”, destaca.
Mudar é preciso
Para o presidente da Fundação, primeiro é fundamental a transparência dentro da gestão, a harmonia de relações entre as demais mantidas. “Estamos num momento de grande efervescência acadêmica e administrativa. Há uma necessidade de buscar soluções diferenciadas, em função da mudança de plataforma. Vem muitas novidades por ai para se adaptar ao novo cenário. Vamos tocar vários projetos a começar pela revisão estatutária imediata”, diz. Essa revisão é necessária, segundo ele, para emprestar a dinâmica ao momento. Cita que outras instituições já estão fazendo isso e que a Fundação vai buscar a experiências externas como inspiração. O objetivo é reoxigenar a instituição em relação aos novos tempos. “Sem abrir mão do presencial, podemos ter ensino à distância em situações híbridas e é possível que tenhamos permutas patrimoniais num futuro próprio”, explica.
A mudança estatutária, conforme Luiz Fernando, objetiva dar celeridade maior aos processos internos e atender de forma muito mais eficiente a razão maior da instituição que é o aluno. Cita que a instituição é absolutamente democrática, pois é gerida por professores e muitos colegiados. No entanto, alguns processos precisam mudar para que tenhamos a presteza no atendimento desde o primeiro momento.
Mais atenção do governo
Nesse processo de mudanças, o presidente da Fundação lembra que a UPF tem buscado alternativas para ampliar as possibilidades de crédito para o aluno garantir os estudos. Uma parceria com o Banrisul foi fechada recentemente, mas há negociações com outros bancos privados. A finalidade é abrir o portfólio, facilitando o acesso do aluno o máximo possível.
Paralelo a isso, ao lado do vice-reitor administrativo, professor Cristiano Cervi, a instituições vem se mobilizando em encontros com parlamentares para buscar definições em relação à educação, mas também em relação ao que se quer para as universidades comunitárias. “Nós estamos atuando para que o governo olhe para as comunitárias de uma maneira diferente. Normalmente os regramentos privilegiam as públicas e alguns benefícios vão para as privadas. E as comunitárias ficam no meio: não somos instituição pública e nem privada, apesar da pessoa jurídica até ser privada. Mas como comunitária e entidade filantrópica nós atuamos no desenvolvimento regional sem que se busque lucro. Precisamos dessa definição de como o governo enxerga e vai tratar isso”, explica.