Preconceito e retrocesso
O Brasil permanece entalado na maior crise econômica da sua história, gerada única e exclusivamente pela instabilidade política, e o presidente Jair Bolsonaro preocupado com pautas morais e com indicação do filho para a embaixada dos Estados Unidos. Dois movimentos do presidente esta semana demonstram o grau elevado de preconceito absurdo contra a comunidade LGBTi. O primeiro veio pelo Twitter, quando ele anunciou que o vestibular para pessoas trans anunciado pela Universidade da Integração da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) será suspenso. A instituição lançou edital de vestibular voltado para pessoas transgêneras e intersexuais. Seria o primeiro processo seletivo na graduação específico para transexuais. Outras universidades já haviam estabelecido cotas para esse público, mas dentro de seus processos seletivos habituais. As 120 vagas seriam para o campi do Ceará e da Bahia. As vagas seriam destinadas para 19 cursos de graduação em várias áreas. Ontem, o presidente deixou a entender que vai acabar com a Agência Nacional do Cinema (Ancine), segundo fontes da colunista da Folha de S.Paulo Mônica Bergamo. O motivo: a insatisfação do Bolsonaro a relatos de projetos aprovados pela Ancine, como um realityBorn to Fashion, cuja premissa é revelar modelos trans. Um tremendo e desnecessário retrocesso.
Pressão
A pressão do segmento da construção civil foi determinante para que o governo adiasse para a próxima semana o anúncio do pacote de medidas para aquecer a economia. É que uma das medidas é a utilização do FGTS pelos trabalhadores. O governo criou uma expectativa que não vai poder cumprir. Mexer neste dinheiro, fomento da construção civil, seria um desastre, segundo alguns analistas. De outra parte, tem uma economia estagnada e precisa de medidas para mudar o quadro. Sinuca de bico, que o ‘Posto Ipiranga’ não ta sabendo resolver. E dá-le pauta moral para desviar o foco.
Bom pra quem?
Cadastro positivo que passou a ser obrigatório, desde a semana passada, não vai beneficiar o consumidor. Quem afirma é o coordenador do Balcão do Consumidor de Passo Fundo, professor Liton Pilau. Segundo ele, o cadastro positivo existe desde 2011 e chegou com a intenção de baixar os juros, o que não ocorreu. A inclusão dos consumidores no cadastro agora é obrigatória. Para deixar de constar nele, é o consumidor que deve pedir a retirada. E para obter informações sobre o próprio cadastro, também é o consumidor que deve solicitar e pagar pelas informações. O que é considerado por Liton um abuso, já que na relação de consumo a parte mais vulnerável é o consumidor.
Violação
O coordenador do Balcão também critica o método do score, pelo qual o consumidor ganha pontos de acordo com o volume de consumo e a forma como ele paga. No entanto, se alguém, mesmo sendo um bom pagador, mas não é um consumidor habitual, acaba prejudicado por um score baixo e pode ter crédito negado por isso. Pilau também critica o cadastro positivo pela violação de dados do consumidor.
Visita
Vereador Márcio Patussi, pré-candidato a prefeito de Passo Fundo pelo PDT, fez ontem uma visita cortesia a Lucas Cidade, chefe de gabinete do deputado Mateus Wesp. O tema da eleição 2020 fez parte da conversa.
Assessor
O deputado Wesp recebe reforço na equipe em Porto Alegre. O novo assessor de imprensa, jornalista Cleber Bertoncello assumiu a função esta semana. Cleber é formado pela FAC/UPF, passou por veículos locais, também esteve na Capital do Estado. Circulou por Florianópolis e assessorou outros parlamentares na AL. Deixou a Agência Critério para se dedicar a nova função.