Sem barulho de bola na quadra ou gritos nos corredores. Há três meses, a Escola Estadual de Ensino Médio Lucille Fragoso de Albuquerque suspendeu as aulas para os cerca de 512 estudantes, com idades entre 12 a 14 anos, matriculados nos turnos regulares. A resolução de interdição foi decretada após parte do educandário registrar a saída de centelhas de fogo na fiação elétrica do Bloco 1, na manhã do dia 06 de maio.
Um trimestre depois, desde a emissão do laudo técnico pela Corporação de Bombeiros que aponta as falhas estruturais elétricas na escola e necessidade de início de obras para reparo, “não há nenhuma perspectiva” em relação ao início das reformas, conforme declarou a diretora do centro de ensino, Priscila Batistel Pulga. “Nos pedem para aguardar. Só que infelizmente é algo que foge da alçada da escola, pois se tivéssemos como, já tínhamos resolvido”, desabafou.
Há dois anos acolhendo os alunos sem poder utilizar equipamentos eletrônicos, como computadores e projetores, a escola aguarda a liberação de um recurso estadual estipulado em R$ 178 mil para complementar a outra parte da verba já destinada, de R$ 150 mil. Esse valor, segundo o coordenador da 7ª Coordenadoria Regional de Educação, Elton Luiz De Marchi, já consta em licitação e está empenhado. “As obras deverão durar, em média, de 4 a 5 meses porque há muito a ser feito”, projeta. De acordo com ele, a previsão é de que, neste ano letivo, estudantes e docentes não voltem às dependências escolares do Lucille. “Não sabemos exatamente quando por dependermos ainda de uma série de fatores burocráticos, mas acredito que as reformas devem iniciar no começo de agosto”, afirma. As obras de reparo na rede elétrica do educandário devem custar cerca de R$ 328 mil, como mencionou De Marchi.
A reforma não começa, mas as aulas continuam
Uma semana após a interdição, os estudantes da Escola Lucille Fragoso de Albuquerque retornaram às aulas. Desde a terça-feira do dia 14 de maio, a rotina pedagógica foi retomada, porém em outro endereço.
Em regime compartilhado de turno com os alunos da Escola Estadual de Educação Profissional João de Cesaro, o novo espaço provisório disponibiliza quatro salas de aula pela manhã e seis no turno da tarde para acomodar os alunos. “Aulas, nesta semana estão normais, pois as turmas do João de Cesaro estão de férias e sobram mais salas”, menciona a diretora da Escola Lucille Fragoso, Priscila Batistel. A cada dia, distintas turmas constam na escala elaborada pela coordenação pedagógica do centro de ensino para dar sequência, na viabilidade de estrutra, ao ano letivo. “Os professores estão empenhados para, dentro do possível, mantermos um bom aprendizado. Mas, é claro que sabemos que toda essa demora em reformar a escola prejudica o processo de ensino-aprendizagem”, continua Priscila. De acordo com ela, com o novo endereço, alguns estudantes “não frequentam com muita regularidade, ou não frequentam todas as aulas possíveis” pela distância entre a escola e o local de moradia. “Muitos vêm a pé, chegam cansados”, revela.