Duas décadas de amparo à comunidade com deficiência visual

Apace celebra, nesta terça-feira (23), 20 anos de atuação e desenvolvimento de políticas inclusivas aos cegos e deficientes visuais

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Há 20 anos, celebrados nesta terça-feira (23), as dependências da Associação Passofundense de Cegos (Apace), no bairro Boqueirão, abre as portas para as múltiplas possibilidades de desenvolvimento pessoal e cidadão de cerca de 290 pessoas portadoras de deficiência visual assistidas pela entidade.

Criada em 1999 com o propósito de “congregar os cegos e os deficientes visuais na luta pela sua inclusão social”, como lembra os dizeres institucionais na página da associação na internet, a Apace desenvolve atividades de habilitação e reabilitação, psicomotricidade, assistência social e psicológica a 1,6% da população deficiente de Passo Fundo. “No espaço, também há leitura de livros em braile e áudio, e estímulo precoce de bebês, com até três anos, para que os portadores de deficiência visual possam desenvolver e mostrar suas potencialidades”, menciona o presidente da Apace, Fábio Flores. De acordo com ele, das cerca de 2 mil pessoas diagnosticadas com perda total ou parcial da visão, no município, apenas 290 possuem cadastro junto à entidade. Entre 10 a 15 deficientes visuais, como afirma ainda, são crianças. “Falta recurso financeiro para que a gente possa atender mais pessoas”, aponta.

Não sabemos até quando poderemos manter as portas abertas”

Mantendo-se através de ações promovidas pela própria entidade assistencial, como a venda de cachorro-quente solidário e jantares beneficente, a Apace, segundo Flores, não recebe mais recurso financeiro municipal. “Até 2017, recebíamos um auxílio para realizarmos atendimentos a toda comunidade; em 2018, os recursos foram direcionados ao atendimento de crianças portadoras de deficiência visual matriculadas na rede municipal de educação. Em dezembro do ano passado, a parceria pelo período de 6 meses terminou e não foi lançado mais nenhum chamamento público”, explica Fábio. “Nos prejudica muito porque a maioria do público atendido pela Apace é de Passo Fundo”, sinaliza. “Gera uma apreensão porque não sabemos até quando poderemos manter as portas abertas”, conclui.

O secretário municipal de Assistência Social (SEMCAS), Wilson Pedro Lill, afirma que a pasta continua prestando auxílio à Apace, mesmo com a mudança no Marco Regulatório. “A SEMCAS contribui com a cedência do espaço físico para o funcionamento das atividades, através do aluguel, e mantemos um profissional vinculado ao Programa Apoiar e Comprometer (PAC)”, menciona. “As novas preveem o pagamento por cada atendimento realizado pela associação”, prossegue.

A Associação Passofundense de Cegos congrega, segundo o presidente da entidade, pessoas portadoras de necessidades especiais de cidades da região de abrangência da sede, como Ciríaco, Pontão, Getúlio Vargas e Tapejara. “Temos um custo mensal médio de R$ 10 mil e cerca de 80% desse total é para manter a Apace funcionando e prestando os atendimentos de educação ao deficiente visual e orientação com o auxílio de 8 profissionais”, revela.

Programação alusiva

As celebrações do vigésimo ano da Apace iniciou, conforme aludiu Flores, ainda no domingo (21) com uma mateada na Praça Santa Terezinha. Nesta terça-feira (23), data simbólica de fundação da entidade, haverá a exibição gratuita do filme nacional “As Duas Irenes (2017)” no Teatro do Sesc. A película, de acordo com ele, terá audiodescrição para o público portador de deficiência visual ou cegueira. Ainda durante o dia, o novo vídeo institucional da Apace será exibido ao público geral presente na sala, seguido por uma recepção ao coquetel servido logo após.

Presente no calendário de celebrações, na quarta-feira (24), a mobilidade será estimulada através de um passeio ciclístico com bicicletas acessíveis, desenvolvidas em conjunto com a Universidade de Passo Fundo (UPF). Com saída a partir das 9h da Praça Teixeinha, no Centro, o trajeto será percorrido até o Insituto Educacional Metodista (IE) para, como referiu Fábio, “trabalhar o senso de direção e incentivo ao esporte”. “A atividade também irá envolver as pessoas que não possuem deficiência de visão para que elas percebam como é andar de bicicletas e percorrer a cidade sem ver”, esclareceu. A programação encerra no sábado (27) com um jantar solidário promovido pela Apace, no CTG Fagundes dos Reis, no bairro São José, ao valor de R$ 20,00.

 

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