Sindiurb deve entrar na Justiça para impugnar edital do transporte

Trabalhadores temem pela saída da Codepas do processo licitatório, medida que afeta em torno de 140 trabalhadores

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Coleurb não terá participação no novo sistema de transporte coletivo público, conforme edital publicado pela PrefeituraColeurb não terá participação no novo sistema de transporte coletivo público, conforme edital publicado pela Prefeitura
Coleurb não terá participação no novo sistema de transporte coletivo público, conforme edital publicado pela Prefeitura
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O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Coletivos Urbanos de Passo Fundo (Sindiurb) vai entrar com uma ação na Justiça para impugnar o novo edital de licitação do transporte público de Passo Fundo. A informação foi confirmada pelo presidente da entidade, Miguel Silva, após decisão dos trabalhadores em assembleia, na última semana. Desde que a nova licitação foi anunciada, o sindicato tem se posicionado contrário à retirada da Codepas do edital.

No processo, o Sindiurb deve questionar, entre outros pontos, que a saída da empresa públicafoi deliberada sem que houvesse aprovação do Legislativo e também sem passar pelo Conselho Municipal de Transporte. No momento, a assessoria jurídica da entidade estuda o texto do edital. O sindicato temepela incerteza do que deverá acontecer com cerca de 140 trabalhadores da Copedas. A justificativa da Administração Municipal é de que a empresa registra prejuízos há anos com o serviço de transporte.

 

Edital

O edital foi publicado pela Prefeitura de Passo Fundo no dia 10 de julho, após sete meses trabalhando na elaboração do documento. Conforme o Executivo Municipal, além os apontamentos do Tribunal de Contas do Estado (TCE), situações que não estavam previstas no edital anterior e que exigiram uma alteração substancial na estrutura da licitação tornaram necessária uma nova modelação de horários e linhas. O crescimento da cidade no período, especialmente com o advento do Shopping Passo Fundo e da loja Havan, é um exemplo disso. O movimento gerado ao redor dos empreendimentos e principalmente o deslocamento dos trabalhadores para os mais diversos locais da cidade, bem como novos loteamentos, demandaram a criação de novas linhas e/ou o deslocamento delas.

A Prefeitura anunciou o edital sem a participação da Codepas na execução do novo sistema de transporte coletivo público, levando em consideração as sucessivas dificuldades financeiras da companhia, além de recomendações do Ministério Público e do TCE. “Examinamos detidamente essa questão. Uma empresa que apresenta prejuízo há mais de uma década não pode ter essa responsabilidade. Focaremos a atuação da Codepas em outras áreas”, afirmou o prefeito Luciano Azevedo, no dia do lançamento.

 

Relembre

O edital para a concessão do serviço de Transporte Público de Passo Fundo foi lançado no dia 26 de outubro de 2017. Mas, a preparação para o processo começou ainda em 2013. De lá até a publicação do edital, foram realizadas audiências públicas em diferentes regiões e segmentos. Foi contratada a consultoria da equipe técnica da UFRGS, por meio do Departamento de Engenharia de Produção e Transportes da Escola de Engenharia, que auxiliou no projeto de lei do Marco Regulatório do Transporte Coletivo Público, posteriormente aprovado pela Câmara de Vereadores, sendo considerado importante etapa no processo. A consultoria ainda indicou a necessidade de contratação de uma empresa especializada para o último estágio do processo: a licitação. A partir disso, foi contratada a empresa Matricial, que realizou um inventário do sistema atual e a demanda a ser explorada, pesquisa de campo, modelagem e alternativas de sistemas para elaborar a minuta do edital e o contrato. Após, a Procuradoria-Geral do Município avaliou o conteúdo para encaminhar para a publicação.

No dia 30 de novembro de 2017, apenas uma empresa havia demonstrado interesse em participar da licitação do transporte público de Passo Fundo. A Stadtbus Transportes Ltda., de Santa Cruz do Sul, apresentou o valor de R$ 3,03 para a tarifa dos coletivos urbanos. No dia 11 de dezembro, o município informou que a Stadtbus passou pela segunda etapa do processo. E no dia 18 de dezembro, a licitação foi suspensa por ordem da Justiça.

No entanto, o município decidiu cancelar todo o processo atendendo aos apontamentos do Tribunal de Contas do Estado, que apntou inconsistências referentes ao critério de atualização da tarifa, a localização do motor do ônibus e a possibilidade de participação de empresas que não tenham especialização em transporte coletivo urbano. A decisão do TCE saiu em 6 de junho de 2018, mas a licitação já estava suspensa desde 5 de fevereiro, quando o órgão havia expedido liminar determinando que o Executivo não efetuasse a contratação da empresa declarada vencedora do edital de licitação, a Stadtbus.

O processo do TCE que derrubou o edital de licitação foi uma solicitação da Coleurb. A empresa buscou parecer do TCE, depois que o município negou rever o edital. Um dos itens questionados era a exigência do motor traseiro ou central nos veículos. Esta determinação, segundo relatou a empresa em outra ocasião, inviabiliza a realização do cálculo tarifário, responsável pelo valor da passagem, por apresentar despesas diferentes. A prefeitura chegou a manifestar sobre isso dizendo que 'poderia' ser veículo com motor dianteiro, mas não fez a devida alteração no edital, gerando uma situação duvidosa para o cumprimento futuro do contrato.

 

 

 

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