As homenagens ao jornalista Meirelles Duarte

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Com atuação marcante no rádio jornalismo, a qualidade das narrações esportivas e a paixão pelo futebol são constantemente mencionados nas mensagens de carinho. Familiares, amigos e conhecidos se reuniram no Plenário da Câmara de Vereadores de Passo Fundo, durante este domingo, para prestar homenagens ao jornalista Meirelles Duarte. O sepultamento está agendado para as 9h de segunda-feira (19), no Memorial Vera Cruz. Antes disso, haverá cerimonia de encomendação, às 8h, na casa do legislativo.  

Meirelles faleceu na manhã deste domingo, aos 85 anos. Ele estava internado e nos últimos meses vinha travando uma luta contra um câncer. Com uma voz marcante, Meireles fez história no rádio do Rio Grande do Sul. Começou na rádio Sideral, em Getúlio Vargas. Em Passo Fundo, trabalhou na Municipal e Rádio Passo Fundo, onde comandou o departamento de esportes. Em 1979 tornou-se bacharel em Direito pela Universidade de Passo Fundo. Atuou como vereador durante quatro mandatos. Atualmente apresentava um programa de TV e era colunista de O Nacional. Ele também foi eleito vereador e sempre participou ativamente das movimentações sociais e políticas do município. Ele deixa a esposa Mary Raymundi, e os filhos, César Augusto, Luiz Felipe, e Márcio Alexandre.

 

Homenagens

A esposa e agora viúva, Mary Raimundi Duarte, falou sobre o carinho do jornalista. "Foram 57 anos de casados e mais dois como namorados. Ele sempre chegava em casa e me trazia alguma coisa. Um docinho, salgado, bala. Sempre tinha algo para mim".

O empresário e ex-dirigente do Gaúcho e do Passo Fundo Daniel Winik, 87, definiu Meirelles como um grande amigo.  “Estamos em um dia triste por termos perdido um amigo. Eu digo amigo quando é amigo. Meirelles [e eu] há mais de 30 anos almoçávamos todos os sábados juntos. Não precisava combinar. Todo domingo ele ia na minha casa tomar chimarrão às 4 da tarde. Podia estar chovendo. Ele ia para tomar chimarrão. Eu perdi um grande amigo. Passo Fundo perdeu um grande esportista, político, jornalista. Vai fazer falta”.

O empresário e ex-jogador do Gaúcho entre 1953 e 1963, Branco Ughini, definiu Meirelles como uma figura de grande valor à cidade de Passo Fundo. “Hoje nós perdemos um ícone da imprensa passo-fundense, o Meirelles Duarte. É um cara que se dedicou a diversas áreas em Passo Fundo. Era imparcial em seus comentários a respeito de [times] 14 de Julho e Gaúcho, mas de coração ele era Gaúcho. Ele promovia bailes do Caixeiral para arrecadar fundos para comprar camisetas para o Gaúcho. Foi político, advogado e uma série de empreendimentos e atividades que desenvolveu. Passo Fundo hoje perde um grande valor”.

Para o professor e historiador Welci Nascimento, ex-secretário Municipal de Educação e Cultura e ex-presidente da Academia Passo-fundense de Letras, Meirelles era um homem do povo. “Falar sobre Meirelles Duarte é meio difícil. Porque Meirelles era uma cultura universal. Ele entendia profundamente de futebol. Quando ele era locutor, foi convidado pela Rádio de São Paulo e de Porto Alegre para ser transferido para lá, pela qualidade narrativa dele. Mas o Meirelles, homem cristão, um político inabalável, sempre com suas ideias firmes e, acima de tudo, era uma pessoa do povo. Todos conheciam. Ele me disse assim um dia: sabe que meu nome Antônio Augusto Meirelles Duarte, meu pai me deu esse nome para homenagear Antônio Augusto Borges de Medeiros, ele ficou Borges de Medeiros, eu fiquei Meirelles Duarte”.

Atuante de todas as frentes. É assim que o médico, escritor e ex-presidente Academia Passo-fundense de Letras, André Lech, define Meirelles. “A personalidade multifuncional mais importante do Passo Fundo recente. Meirelles amou a cidade e trabalhou em todas as frentes que se possa imaginar. No esporte, como notável radialista. Na cultura, na política, no empreendedorismo. A cidade e todos os seus segmentos ficam órfãos de uma pessoa que pensou na cidade até seus últimos dias”.

 

 

 

Ao narrador esportivo, Jorge Antônio Gerhardt, 74 anos, Meirelles era uma figura ímpar no rádio jornalismo. “Com ele perdi uma grande liderança, porque com ele vivi jornadas memoráveis. Futebol, era a sua paixão. Ele vivia. O sangue jorrava sempre através da sua palavra, da emoção, da maneira de ser. Um coração enorme, servia a todos indistintamente. Não tinha este ou aquele, rico ou pobre. Depois então, mais tarde, foi se destacando como uma liderança no setor religioso de Passo Fundo. Perdemos, indiscutivelmente, uma figura ímpar no rádio jornalismo do Rio Grande do Sul e do Brasil”.

 

Luto oficial

O prefeito de Passo Fundo, Luciano Azevedo, decretou luto oficial de três dias.  “Tudo o que Meirelles fez foi realizado com muito amor e dedicação a Passo Fundo. Fica um grande exemplo e uma história para ser contada por muitos anos”, afirmou o prefeito Luciano Azevedo.

 

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