OPINIÃO

Embaixada bolsonarista

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Provavelmente o presidente Bolsonaro concretize o desejo de nomear seu filho para o cargo de embaixador nos EUA. A possibilidade de recuo, ponderada pelo presidente ante a eventualidade de não conseguir aprovação para Eduardo Bolsonaro no Senado, é mera estratégia. Pai e filho querem, sim! E vão impor a aprovação inusitada. Além disso, a própria oposição deve avaliar o episódio de nepotismo (legalmente discutível), e entender que é mais um ato discricionário que logo será esquecido. Não será erigido como bandeira oposicionista. Ademais, toda a família ama os Estados Unidos, e ponto. É situação nítida em que o empenho presidencial aparece no poder da coisa pública em função de interesse privado.

 

Desmatamento

O rumo perigoso do governo federal infelizmente é aceno em favor de segmentos já privilegiados. Aqui se explica que Bolsonaro mostra que quer governar para grupos de apoio, como se estivesse em campanha eleitoral. Cita-se o argumento econômico para desconhecer que estamos arrasando nossas reservas florestais. Não é admissível que se justifique a ausência de nossa vigilância das margens de rios e matas de reserva, sem ouvir alertas, só porque alguns países matam baleias, como a Noruega. Não serve também a justificativa de que a Alemanha, como toda a Europa, destruiu suas matas. E agora vem recuperando rios e vegetação. Nesta visão caolha não podemos esquecer o pequeno produtor e a cultura extrativista dos que respeitam a mata, que nutre nossas nascentes.

 


Matança na favela
Ao longo da história houve sempre quem se ufanasse com a política de extermínio, como Carlos Lacerda no Estado da Guanabara. O governador do Rio, Wilson Witzel, lança sua ira contra os direitos humanos numa crítica esdrúxula, dizendo que estes protegem criminosos. Enquanto isso um levantamento indica que a polícia matou 881 pessoas no primeiro semestre, em áreas de combate ao tráfico de drogas. As mortes não ocorreram em áreas de milícias. A política do “abate” é defendida pelo governador. Não se pergunta, nestes casos, quantos inocentes são alvejados, feridos ou mortos. No caso dos reféns da ponte Rio-Niterói, chamou atenção a euforia exagerada do governador, diante de um desfecho em que todos reconhecem a eficiência do atirador de elite, ao tombar o agressor que ameaçava a tripulação do ônibus invadido. As autoridades sabem que é diferente em relação ao extermínio praticado em operações equivocadas ou fragorosamente arbitrárias. A regra do “abate” atinge pobres, especialmente negros. Na Assembleia Legislativa carioca alojam-se protagonistas do crime organizado. Ali, ou no crime das milícias, essa ordem de matar não vigora. Afinal, ali não existe pobreza. Não se pode negar o direito e dever policial de revidar ataque armado. Mas são em demasia as mortes por bala perdida ou alvos errados, por engano, ou prepotência.

 

Meirelles Duarte
O falecimento do radialista, jornalista e advogado Antônio Augusto Meirelles Duarte, deixa enorme vazio nos espaços de comunicação. Ficam suas obras em dezenas de anos sem trégua nos ares das emissoras de rádio e TV, além dos registros em milhares de crônicas escritas. Inexcedível na participação em momentos mais importantes da comunidade foi o maior vulto de nossa comunicação. Meirelles compôs uma obra completa, repleta de voluntarismo. Foi a grande referência que guardo desde minha adolescência pela sua voz inconfundível que estimulou muitos profissionais. Foi persistente até os últimos dias de sua vida que devotou à comunidade. Temos orgulho da vida do Meirelles, homem de bem de enorme talento. Nossa solidariedade aos familiares desta figura tão estimada.

 

Meia Tarde
Nas edições que compõem a trilogia literária “Meia Tarde na Lagoa” redobra as emoções reservadas à vida tumultuada de seu personagem. Jorge Alberto Salton raciona paisagens, idílios e lirismo com extrema precisão. Alia às letras a exuberante contribuição nas fotos de Paulo Fernando Bertagnolli. Jorge mostra que tem muitas riquezas a revelar nos seus enredos. Leva o leitor a uma viagem imaginária a regiões importantes do mundo.

 

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