Os focos de incêndio que se alastram, há mais de duas semanas, pela Floresta Amazônica provocaram uma série de reações, não apenas da comunidade internacional, mas de movimentos sociais e de ambientalistas brasileiros. A onda de protestos chegou às ruas das capitais e cidades do interior do país, na tarde de domingo (25), quando manifestantes marcharam em prol da conservação do meio ambiente e do combate às chamas na zona tropical.
Em Passo Fundo, a mobilização reuniu cerca de 250 pessoas, na Esquina Democrática, como menciona a organizadora do evento promovido pelo espaço de consumo consciente Cozinha Canhota, Marcelle Nogueira Toscani. "Este ato foi organizado em menos de dois dias e conseguiu reunir quase 300 pessoas. Após as falas das lideranças, houve uma caminhada até a Praça Teixeirinha, onde os manifestantes permaneceram com faixas, cartazes e bandeiras, cantando e bradando palavras de ordem contra o governo e a favor da Amazônia", explicou.
O ato, de caráter pacífico como salientou ela, pedia, ainda, a renúncia do Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e encerrou-se ao entardecer. Durante as marchas e em meio às vozes que ecoavam pelas caixas de som ilustradas por dizeres como "Espalhe amor, não espalhe fogo", os manifestantes distribuíram sementes de árvores frutíferas e angico vermelho. De acordo com Marcelle, ao longo desta semana, novas pautas entrarão na agenda do grupo para mobilizações a serem convocadas, ainda sem datas definidas.
Governo autoriza ações de combate ao fogo
Entre declarações polêmicas e reunião da cúpula do G-7 para abordar os incêndios na Amazônia, o presidente Jair Bolsonaro determinou a abertura de uma investigação para apurar as suspeitas que apontam para o início das queimadas na região de mata legal amazônica. Através da rede social Twitter, Bolsonaro afirmou se reunir, nesta terça-feira (27), com os governadores dos estados no norte do Brasil para o início de ações mais concretas de combate ao fogo. "Em conversa com o Presidente Iván Duque, da Colômbia, falamos da necessidade de termos um plano conjunto, entre a maioria dos países que integram a Amazônia, na garantia de nossa soberania e riquezas naturais", ponderou, ainda, o presidente.