Após a definição de 1º de março de 2020, como a noite de retomada do Carnaval de Rua de Passo Fundo, após um intervalo de quatro anos, a Secretaria de Cultura emitiu uma nota ontem à tarde, explicando as mudanças e atribuições da pasta e da Liga Independente das Escolas de Samba de Passo Fundo para a próxima edição.
Conforme o texto, a Liga das Escolas de Samba estabeleceu seu calendário de captação de recursos com o apoio da Prefeitura atuando em duas frentes: a busca de recursos diretos com a realização de eventos e a utilização da lei federal de fomento à cultura através da Lei Rouanet, projeto já aprovado e disponível.Não será destinada verba da Prefeitura Municipal para o evento.
De acordo com o presidente da LIESPF, Felipe Machado, a nova direção vem se organizando há meses e trabalha com verba própria, captada por meio de eventos realizados mensalmente como galeto com massa, dentre outros.
O evento deve ocorrer na noite do dia 1º de março, na Avenida 7 de Setembro. Segundo Machado, estão aptas a participarem do desfile as Escolas Acadêmicos da Chalaça, União da Vila, Pandeiro de Prata, Academia de Samba Cohab 1.
Entre as prioridades de cada uma das partes ficou definido que o Poder Público, através das Secretarias de Cultura, de Gestão e de Captação de Recursos, participará ativamente da busca de parceiros privados para que esta manifestação da cultura popular volte à sua programação normal dentro do calendário anual de festas populares.
Tema único
O retorno do carnaval de rua traz algumas alterações em seu formato no sentido de viabilizar a sua estrutura e operacionalidade. “Um chamamento público vai apontar a empresa interessada em explorar a estrutura de arquibancadas e camarotes, sem custos para a Liga e para a Prefeitura. E ainda, do ponto de vista dos enredos não haverá concurso com avaliação e premiação oficial. Será um tema único dividido entre as 4 ciclos contando a história da formação de Passo Fundo até os seus dias atuais”, explica o secretário de Cultura, Henrique Fonseca. A Liga ainda estuda uma premiação em dinheiro como forma de valorização do trabalho individual de cada escola, escolha que pode ser feita pela imprensa passo-fundense.
A responsabilidade de colocar as quatro escolas na Avenida será do carnavalesco Ramon Gadenz – escolhido pela Liga – que tem vasta experiência na organização e criação de enredos de carnavais pelo Rio Grande do Sul e outros estados com a definição do tema "Nossas origens: índio, negro, europeu. Passagens de luta e progresso. Olhos para o futuro!"
As Escolas vão desenvolver as temáticas escolhidas pelo carnavalesco, cada uma com o seu próprio samba-enredo de acordo com os quatro ciclos da história de Passo Fundo. Um enredo que começa com índios da nação Tape, a redução jesuítica de Santa Teresa aqui erguida 50 anos antes dos 7 povos das Missões, os bandeirantes, terra de passagem dos tropeiros e os primeiros ranchos. Depois, a chegada dos primeiros colonizadores, seus escravos, suas crenças, o desenvolvimento do povoado que nasce sob as bênçãos de Nossa Senhora da Conceição. A chegada dos imigrantes que dão vida à indústria e ao comércio e, por fim, os ciclos econômicos do couro, do charque, da erva-mate, da ferrovia, a agricultura e o desenvolvimento até a chegada do biodiesel.
Segundo Felipe, as expectativas são positivas. "Por se tratar da história de Passo Fundo, deve chamar mais a atenção do público". Estamos com grandes expectativas, vai ser uma estrutura gigante, será um grande espetáculo. Pode ser o maior Carnaval até agora, ultrapassando o maior até então, que aconteceu em 2014."