A situação das 16 famílias do edifício Gralha, interditado em 2016, pode estar próxima de uma solução. A Justiça Federal agendou para 26 de setembro, uma audiência de tentativa de conciliação, no processo em que os proprietários do imóvel, localizado na Rua Olimpio Loss, Cohab I, movem contra o Governo do Rio Grande do Sul e contra a Caixa Econômica Federal.
O encontro foi solicitado pelos proprietários após sugestão do vereador Saul Spinelli, que acompanha o caso desde o início. Recentemente, Spinelli foi a Porto Alegre conversar com membros da Secretaria estadual de Habitação e oferecer algumas possibilidades de negociação. A proposta, que o estado deverá apresentar, só será conhecida pelos moradores na audiência. Participam da tentativa de acordo, as partes envolvidas no processo, ou seja, Caixa, Estado do RS, uma comissão que representa as famílias e o vereador.
Há aproximadamente um mês, o secretário estadual de Obras e Habitação, José Stedile, se reuniu com moradores, disse que participaria da audiência e ainda se comprometeu em estudar propostas viáveis dentro do âmbito legal para uma solução rápida. Com quase quatro décadas de existência, a situação do edifício Gralha começou a ter repercussão no início de 2016, depois que alguns moradores procuraram a imprensa e mostraram a quantidade de rachaduras espalhada pela laje, escadarias e paredes. Baseado em um laudo técnico, o qual já apontava graves problemas estruturais e o risco de desabamento, a prefeitura, juntamente com o Corpo de Bombeiros, interditou o local por tempo indeterminado.
O laudo apontou problemas na fundação, revestimento e também no material utilizado, já sem vida útil. À época, foram feitas três medições e constatado que prédio havia baixado sete milímetros, além de sofrer inclinação de quatro centímetros em uma das fachadas. O estudo também apontou material inadequado, como no caso de tijolo de seis furos, que não tem função estrutural, usado na fundação e na região da escadaria.
Em agosto de 2017, um laudo realizado por profissionais contratados pelos próprios moradores, classificou a situação do imóvel como 'risco crítico' e recomendou a demolição como única alternativa. A partir do estudo, os 16 proprietários buscam reparação na Justiça. Um processo foi instaurado na 2ª Vara da Justiça Federal. A maioria das famílias está pagando aluguel. Outras tiveram de se instalar em garagens para evitar mais despesas no orçamento.