Conversas ao pé do ouvido
O PT municipal se movimenta com a possibilidade de disputar a eleição de 2020 repetindo uma aliança de articulação nacional (PT, PCdoB, Psol e PDT). O pré-candidato do partido é o professor e médico Jaime Giolo, que deixou a reitoria da UFFS. As conversas com PCdoB e Psol estão mais próximas. No entanto, com o PDT, dificilmente devem avançar. O pré-candidato trabalhista Márcio Patussi, já se descolou do PT há muito tempo e tem se posicionado como alternativa de centro. Sem falar que parte do PDT ainda guarda mágoas da eleição de 2012, pelo apoio dado a candidatura do petista Rene Cecconello.
Distante
Nacionalmente, também parece longe a construção de um frente ampla de esquerda. Ciro Gomes mantém a artilharia para cima do ex-presidente Lula e do próprio PT. E o PT ainda aparece pouco receptivo em ceder espaços.
Linha de frente
Sobre uma possível dobradinha PT e PCdoB, com a presença do ex-deputado e ex-vice-prefeito de Passo Fundo Juliano Roso, ventilada pela colunista Rosane de Oliveira, em ZH de sexta-feira, o próprio Juliano disse que ficou surpreso com a iniciativa do PT estadual e nacional em sondá-lo sobre a possibilidade. Porém, Juliano entende que o partido no âmbito local deve primeiro definir se pretende manter a aliança com o PSB ou se vai ter protagonismo em 2020. Só depois desta definição é que o partido vai falar de nomes. “Não tenho desejo de concorrer, mas quem vai decidir é o partido”, disse.
Desafio
Juliano assumiu, no começo do ano, o desafio de comandar o partido no Estado e a tarefa de organizar e eleger prefeitos e vereadores em 2020. Uma campanha em Passo Fundo o retiraria da linha de frente dessa articulação. Se no cenário nacional, o PCdoB integra a Frente Ampla pela Democracia, quando o assunto é eleição, o partido dá prioridade para os tradicionais aliados no campo de esquerda, sem deixar de considerar as exceções. “Conversamos com todos os partidos, menos com PSL e Novo”, disse.
Frente Ampla pela Democracia
Partidos de esquerda, centro-esquerda e centro têm um ato marcado para segunda-feira, em São Paulo, em defesa da democracia. O ato deve contar com líderes como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Fernando Haddad, entre outros. Dependendo a repercussão e engajamento, os partidos pretendem replicar a ação nos Estados. No Rio Grande do Sul, o presidente estadual do PCdoB, Juliano Roso, trabalha para a realização de manifestações desta ordem em, pelo menos, 50 cidades de porte grande e médio.
Cortesia
O prefeito Luciano Azevedo passou rapidamente pela convenção do MDB, no domingo passado, que reconduziu Paulo Severo à presidência. Num gesto de cortesia, atendeu a um convite do vice-prefeito João Pedro Nunes. A conversa entre os dois está consolidada, transparente e respeitosa. São amigos, mas o prefeito já disse que apoiará o candidato do PSB. João Pedro é o favorito do MDB para a disputa de 2020, mas o martelo ainda não foi batido.
Casa do Artesão
O coordenador do Sine/Fgtas de Passo Fundo, Sérgio Ferrari, articula para que Passo Fundo tenha a Casa do Artesão, presente em cidades como Porto Alegre e Marau. Pelos cálculos de Ferrari, o município tem muito mais do que 15 artesãos e um espaço oficializado como a Casa pode buscar recursos federais e realizar uma série de atividades desde cursos de aperfeiçoamento até exposições para venda de produtos.
Nomeação
Através de decreto, o presidente Jair Bolsonaro nomeou o professor Marcelo Recktenvald reitor da Universidade Fronteira Sul, em substituição a Jaime Giolo. Assim como deve fazer com a indicação do novo Procurador Geral da república, Bolsonaro não respeitou a decisão da comunidade acadêmica. O professor Marcelo recebeu apenas quatro votos no Conselho. Ficou em último lugar no processo de escolha. Os outros dois professores, Anderson André Genro Alves Ribeiro (54,1% - 1º lugar) e Antônio Inácio Andrioli (45,9% - 2º lugar), foram desconsiderados. As razões da escolha do presidente estão descritas no panfleto de campanha do professor Marcelo.