Codepas e Executivo serão convocados para esclarecimentos

Parlamentares querem informações sobre situação financeira da estatal e destino dos trabalhadores após o fim das atividades de transporte público

Por
· 2 min de leitura
Empresa não participou do processo licitatório do transporte públicoEmpresa não participou do processo licitatório do transporte público
Empresa não participou do processo licitatório do transporte público
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Deve ser protocolada, na manhã desta terça-feira (24), uma convocação do legislativo para que representantes da Codepas, da Secretaria de Transportes e da Procuradoria-Geral do Município (PGM) compareçam à Câmara de Vereadores para prestar informações sobre a situação financeira da empresa e o destino dos funcionários após o fechamento das atividades de transporte público. O documento foi elaborado pela Comissão de Cidadania, Cultura e Direitos Humanos (CCCDH), que promoveu audiência pública sobre o tema, na última semana. 

Como os membros da empresa e do Executivo convidados para a reunião não compareceram, o documento convocatório, que tem 15 assinaturas, foi elaborado. Depois de protocolado, o ofício é encaminhado ao presidente da Casa, que faz o direcionamento ao Executivo. Os representantes convocados definem data e hora para comparecer. Depois de formalizada a comunicação, os secretários municipais têm prazo máximo de 15 dias para atendê-la. Conforme a Lei Orgânica, o não cumprimento, sem justificativa razoável, será considerado “desacato à Câmara”, passível de abertura de processo e possibilidade de cassação de mandato.

CPI arquivada
Além da convocação à empresa, um grupo de vereadores tentou instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a apurar a situação financeira da Codepas. O documento foi retirado por falta de assinaturas, na tarde de ontem (23). Das sete assinaturas necessárias para ingressar com o pedido, apenas seis vereadores assinaram. Além do autor do pedido, Luiz Miguel Scheis (PDT), apoiaram a abertura da CPI os parlamentares Eloí Costa (MDB), Renato Tiecher (PSL), Gleison Consalter (PSB), Márcio Patussi (PDT) e Claudio Rufa (PP).

Codepas fora da licitação
A situação financeira da Codepas entrou em pauta desde que o novo edital do transporte público foi publicado, em 10 de julho deste ano. Quando anunciou a licitação, após meses de elaboração, a Prefeitura informou que a estatal Codepas não poderá participar da execução do novo sistema, devido às sucessivas dificuldades financeiras da companhia ao longo dos últimos anos. A última tentativa de licitação acabou suspensa por determinação do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que encontrou inconsistências no que diz respeito ao custo tarifário, ao modelo de horários e linhas e a acessibilidade universal da frota.
No novo processo licitatório, somente uma empresa terá contrato com a Prefeitura. Hoje, o serviço de transporte público é executado por Codepas, Coleurb e Transpasso. Isto não significa, no entanto, que somente uma empresa irá operar todas as linhas. No novo edital, o Município autoriza que a empresa vencedora da licitação possa firmar, por conta própria, consórcios com outras empresas. Na Justiça, o Sindiurb, entidade que representa os trabalhadores do transporte, e a empresa Transpasso movem ação contra o município questionando pontos do edital.
O que diz a Prefeitura
A Prefeitura afirma que há uma preocupação em encontrar uma solução para os funcionários da empresa. “Desde o início das discussões sobre a não participação da Codepas no processo licitatório o maior compromisso do Município é buscar uma alternativa que proteja os trabalhadores. Isso está sendo discutido de forma conjunta com o Sindicato da categoria e estudos com Procuradoria-Geral do Município e outros órgãos para buscar uma solução. O Município ressaltou que a não participação da Codepas teve origem numa recomendação conjunta do Ministério Público Estadual e do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas do Estado”, disse, em nota.

 

Gostou? Compartilhe