A fiscalização das agroindústrias e abatedouros da cidade foi debatida ontem, em reunião da Comissão de Patrimônio, Desenvolvimento Urbano e do Interior (CPDUI), no Plenário da Câmara Municipal.
Paulo Oliveira, que presta consultoria e representação a alguns produtores rurais, falou em nome do conjunto dos agentes envolvidos no debate acerca da fiscalização das agroindústrias e dos abatedouros. O consultor citou a intenção de se construir um diálogo único que contemple todas as nuances envolvidas neste tema.
Para o presidente da Feira dos Produtores da Gare, Mércio Michels, está sendo esquecida a importância do trabalho realizado pelos produtores rurais que abrem mão do seu conforto. “Enfrentando chuva e frio para poder produzir o alimento e atender toda a população”, colocou. Ele também salientou que as demandas criadas pelos fiscais neste último ano, têm afetado a forma de trabalho, a produtividade dos alimentos e gerado muitas adversidades para contemplar as adequações solicitadas pela fiscalização, que chegam a visitar os produtores a cada dois dias.
Já Monica Valiatti, que presta serviço aos pequenos produtores da cidade, falou sobre a dificuldade na prestação de serviço para os estabelecimentos, que não são contra a fiscalização, mas sobre a forma como estão sendo executadas as fiscalizações na cidade. Segundo ela “precisa haver um bom senso na fiscalização dos produtores, em virtude de que há casos em que há mais de cinco anos se busca uma aprovação de um estabelecimento, ao passo que, em outro município o processo de aprovação e início da comercialização dos produtos estava completo em seis meses”, explanou.
Rodrigo Benvenuti explicou que, como consumidor, compra alimentos das agroindústrias locais há muitos anos e relatou não ter presenciado nenhum problema em decorrência de seu uso. Entretanto, questionou a falta de estudos sobre eventuais problemas causados pelo consumo desses itens e apontou uma rigidez anormal das regras que vêm assolando esses produtores. Rodrigo demonstrou preocupação no seguimento do comércio desses trabalhadores, já que, conforme ele, estão sendo prejudicados pelos agentes de fiscalização.
Para o Presidente do Sindicato Rural de Passo Fundo, Júlio Carlos Susin, a questão está na legislação. “O Brasil sofre com uma epidemia de leis de quem não está envolvido no processo de produção e, portanto, não compreendem a dificuldade enfrentada pelos produtores até poderem entregar seus alimentos até o consumidor final”, apontou. Susin finalizou seu discurso afirmando que está à disposição para a construção de um diálogo visando amenizar os ânimos e contemplar os produtores sem infringir as leis.