Os cerca de 500 estudantes matriculados na Escola Estadual de Ensino Médio Lucille Fragoso de Albuquerque, que está interditada desde maio deste ano por problemas na rede elétrica, devem retomar as aulas em regime regular a partir desta terça-feira (1º), graças à liberação do prédio do antigo Senai. Cedida provisoriamente pela Prefeitura Municipal de Passo Fundo, a área foi desinterditada pelo Corpo de Bombeiros na última quarta-feira (25), depois de passar por uma série de adequações e pela elaboração de um novo Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI).
A equipe diretora da Lucille solicitava a utilização do espaço há quase quatro meses, já que até então, sem contar com o prédio do seu próprio educandário, os alunos estavam tendo aulas em regime compartilhado de turno e de salas de aula com os estudantes de cursos técnicos profissionalizantes da Escola Estadual de Educação Profissional João de Césaro. “Aqui, temos somente quatro salas disponíveis de manhã e seis à tarde, porque precisamos nos adequar ao quadro de horários das turmas da João de Césaro. Em alguns casos, estávamos juntando as nossas turmas, colocando 40 alunos em uma única sala de aula. Mesmo assim não era suficiente. A gente revezava conforme dava. Uma solução que encontramos foi que os alunos tivessem aulas em dias intercalados. Em um dia, vinham determinadas turmas. No dia seguinte, outras”, explica a vice-diretora da Lucille, Delcélia Camilotti.
Com a desinterdição do antigo espaço de funcionamento do Senai, enquanto parte das turmas deverá ser transferida nesta terça-feira para as cinco salas de aula disponíveis lá, outra parcela segue sendo abrigada na João de Césaro. As duas instalações estão localizadas no mesmo terreno, facilitando a locomoção dos educadores entre uma área e outra. “Assim, vamos poder sair da modalidade de rodízio. As turmas voltarão a ser separadas e poderão ter aulas todos os dias”, comenta. A diretora do Lucille, Priscila Batistel Pulga, complementa: “E ainda vamos ter salas para tentar recuperar parte da carga horária em atraso. Estamos pensando em oferecer aulas de recuperação no turno inverso”.
Esforço coletivo
Para conseguir a liberação do prédio, a equipe da Lucille Fragoso de Albuquerque mobilizou uma verdadeira ação coletiva ao longo dos últimos meses. Professores, funcionários e comunidade escolar visitaram o espaço durante alguns fins de semana para realizar a limpeza da estrutura interna e externa, recuperar móveis e capinar o terreno. “Nós não sabíamos que tinha tudo isso”, a vice-diretora comenta, apontando para um amplo pátio localizado entre os fundos da João de Cesaro e do Senai. “Quando chegamos, não dava nem para ver que tinha calçamento. Era tomado por mato, mas conseguimos limpar tudo. É uma pena que um espaço tão grande e estruturado estivesse praticamente abandonado. Foi até uma dificuldade fazer as coisas funcionarem. O Município colaborava pouco porque somos uma escola estadual e a 7ª Coordenadoria Regional de Educação não queria investir porque o prédio é do Município”, conta.
Diversas adequações exigidas pelo Corpo de Bombeiros também foi financiada pela própria escola e por parceiros dela. Enquanto o PPCI foi feito de maneira gratuita por uma empresa, divisórias, extintores, sinalizações de rota de fuga e iluminações de emergência instalados no antigo Senai foram adquiridos com fundos da própria escola. “Além do dinheiro que tínhamos, nós fizemos rifas e eventos para arrecadar mais. Outra parte, em um valor bem baixo, é de repasses estaduais que vêm para a manutenção das escolas”, comenta a diretora Priscila. O investimento da equipe escolar foi de aproximadamente R$ 4 mil.
Estado libera verba para reforma da Lucille Fragoso de Albuquerque
Outra notícia positiva para a Escola Estadual Lucille Fragoso de Albuquerque é a liberação, nesta semana, de um recurso estadual no valor de R$ 328 mil, que deverá ser utilizado para a realização de reparos em toda a rede elétrica dos blocos do educandário. O prédio tem pouco mais de cinquenta anos e nunca havia passado por uma reforma significativa, segundo a diretora. “A coordenadora-adjunta da 7ª CRE garantiu que a verba já está liberada. Agora falta revisar o projeto de reforma porque ele havia sido feito há dois anos e pode ser que seja necessário fazer algumas alterações. É o que nos impede de dar prosseguimento, no momento. O engenheiro eletricista responsável disse que entregaria até a metade de outubro. A partir daí, já podemos trabalhar no edital para licitação da empresa e, depois, iniciar as obras. Nossa esperança é poder iniciar o ano letivo de 2020 de volta à nossa escola”, prospecta Priscila.