O que surgiu como um movimento para reunir os adictos ao universo nerd, em Passo Fundo, se transformou em uma feira capaz de movimentar duas mil pessoas. O número, ao menos, é o estimado pela organização do Anime Tchê, que deve ocupar o espaço universitário da IMED, durante o sábado (12), com atrações interculturais voltadas ao anime, games e às salas temáticas.
A iniciativa, aliás, não poderia ter surgido em um ambiente mais propício. Foi durante uma partida de role-playing game (RPG) que publicitário Jonhy Kossmann sugestionou aos amigos um impulso do universo geek na cidade. “A gente sentiu que havia essa necessidade de criar um evento para que as pessoas que gostam disso se sintam representadas”, ponderou. Tímida no início, a proposta foi ganhando adeptos e, nessa 12ª edição, deve abrir as portas para caravanas que se deslocam dos municípios da região, como Marau e Carazinho.
Embora o evento aconteça entre o final da manhã e início da noite de sábado, os arranjos começaram a ganhar forma ainda no início do ano por uma equipe formada por cerca de 30 pessoas entusiastas da cultura nerd, como explica Kossmann. “Sempre fazemos um balanço das edições anteriores para saber o que deu certo e o que nem tanto assim porque as pessoas começaram a reconhecer como um evento seu. O público é construído em torno da nostalgia”, menciona. Essas memórias afetivas, referenciadas por ele, se transformam em lembranças vivas com os cosplayers, que devem disputar uma premiação em dinheiro pela melhor caracterização, vestidos conforme seus personagens favoritos desfilando pelos corredores do Anime. Super-heróis, Darth Vader — da franquia Star Wars —, e outros ícones das histórias em quadrinhos, animações e filmes de ficção científica ganham vida pelas roupas, adereços e maquiagens dos inscritos. Além de videojogos e espaços de workshop, a edição deste ano vai receber a cantora Larissa Tassi. Ela, como enfatizou Jonhy, é a voz na canção de abertura da série japonesa animada Cavaleiros do Zodíaco. “É um mundo que já foi um pouco absorvido. A cidade já se movimenta para as culturas diferentes”, observa ele.