OPINIÃO

Teclando

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Finesse e grossura
Estamos num cenário onde despontam dois comportamentos distintos: finesse e grossura. A finesse é uma palavra de origem francesa definida como uma habilidade para compreensão, uma forma educada de agir, sutileza e bom gosto. Já a grossura é apresentada como aquilo que é grosso, grosseria, falta de educação e arrogância na comunicação. Mas, simplificando, eu defino a finesse como civilidade e a grossura como ignorância. A distinção entre os adjetivos não está representada por bens materiais e não se mede em grades curriculares. A diferença é gritante na conduta das pessoas. Como nem sempre o acesso à educação obtém bons resultados, entendo como uma lapidação quase improvável a transformação da grossura em finesse. Já a situação inversa tem amplas possibilidades, pois até mesmo os resultados de requintados cursos de etiqueta evaporam quando a índole é doentia. Há um momento em que a prepotência traz à tona toda a grossura que estava camuflada por sorrisos e gentilezas. A grossura e a finesse são muito bem detectadas na conduta sociopolítica. É uma peneira por onde passam os bons sentimentos em relação ao próximo, mas o egoísmo e a ignorância não peneiram. Assim, separamos o olhar em relação ao próximo da ganância e do ódio doentio.


A grossura não aceita o debate e é autoritária. A finesse tem diálogo, permite o contraditório e respeita isonomias. Um teste simples, onde ficam bem distintos, é ver aqueles que são a favor da vida e os que pregam a morte. Observando esses e outros detalhes, logo detectamos quem está de um lado ou de outro. O autoritarismo, a censura, a arbitrariedade e o desprezo pelas instituições são formas explícitas de manifestação da grossura. O diálogo, a liberdade, a imparcialidade e o respeito às normas de convivência são indispensáveis para que haja finesse. Impor comportamentos e pensamentos obtusos é pura grossura. Respeitar condutas e ampliar os horizontes do raciocínio é requisito básico para a finesse. A grossura está no tom de voz que exprime raiva intransigente. A finesse está na sonoridade das palavras de equilíbrio e serenidade. Entre a finesse e a grossura há um abismo que separa a racionalidade da ignorância. Apesar desta discrepância, muitas vezes nos confundimos e acabamos enganados pelos disfarces dos interesses. Assim, em constante autoanálise, estou sempre atento para manter distância da grossura. E você, com seus indissociáveis adjetivos, é da turma da finesse ou da grossura?

 

O mordomo
A ficção nos incutiu a ideia de que o mordomo sempre seria o culpado. No cinema, as histórias de detetives tinham um happy end quando desvendavam um crime. E, por algumas décadas, o criminoso era o mordomo. Em alguns suspenses de Alfred Hitchcock o mordomo, culpado ou inocente, aparecia com o arquétipo de suspeito. Até na encantadora animação Aristogatas, da Disney, o mordomo foi escolhido como vilão. Aliás, o personagem tinha o olhar e a conduta do mordomo culpado. E era. O mordomo culpado está na música “Foi o Mordomo”, dos Paralamas do Sucesso. Na realidade o mordomo é um profissional muito bem preparado, um administrador de residências. Porém, diante de algumas modernidades cotidianas, escassearam os mordomos da clássica escola inglesa. Hoje esses profissionais são raros. Resumindo: não temos mais mordomos como antigamente. Essa condição criou um problema na hora de apontar um culpado. Assim, na falta de mordomos, a culpa vem sendo distribuída entremotoristas, porteiros...

 

Compactíssimas
- Sábado, 09, o Menor Palco do Mundo© dará um pulo ao vizinho 540 Pub. É a festa de 10 anos do Sweet Swiss Potatoes, nosso querido Batatinhas. Começa ao entardecer e vai estremecer a Indep.
- Sábado e domingo tem Encontro de Veículos Antigos no Gran Palazzo. Atrações? Entre 500 e 600 raridades!

 

Trilha sonora
A banda sueca Rednex - Hold Me For a White
Use o link: https://bit.ly/2pLuDjx

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