A eleição de 1989
Há 30 anos, em 15 de novembro de 1989, o Brasil se reencontrou nas urnas. Para mim foi inesquecível. Indissociável da democracia, o direito de escolher o presidente estava de volta depois de 29 anos. Falo em eleição direta, obviamente. Durante a ditadura, pós-golpe de 1964, também não era permitida a escolha de governadores, prefeitos das capitais e de cidades rotuladas como de segurança nacional. Na última eleição presidencial, em 1960, o populismo trouxe Jânio e a sua vassourinha, que logo foram varridos pelas ‘forças ocultas’. Somente em 1989 houve eleições diretas para presidente. O país havia saído de um bipartidarismo imposto goela abaixo. Foi então que o Brasil começou mostrar a sua cara. Surgiram candidatos para todos os gostos. Uma prateleira que tinha opções de um extremo ao outro. Alguns já eram bem conhecidos. É o caso de Brizola que teria sido candidato no pleito que não houve em 1965. Mas também não faltaram novidades. E foi Collor, uma dessas novidades, o eleito com descarado impulso da grande mídia. Novamente triunfou o populismo, desta vez travestido de ‘caçador de marajás’. Ah, naquela época houve grandes debates. Discussões de propostas onde os mais preparados brilharam. Uns fugiram e outros sucumbiram. A audiência foi ampliada através de um pool das redes de televisão.
No primeiro turno Collor não compareceu na maioria. No segundo, já com os candidatos Collor e Lula em pé, o que não era o habitual, o mais alto levou a melhor. E logo o populismo circulou de jet-ski pelo Lago Paranoá. O resultado teve grandes disparidades regionais. A votação nacional foi uma. A dos gaúchos foi outra. No Rio Grande do Sul, Brizola fez mais de 60% dos votos. Aliás, só não venceu em Aratiba, único município onde Lula foi o primeiro. Dos 23 candidatos, acredito que no mínimo uns dez passaram em campanha por Passo Fundo. O comício de Brizola na Gare foi o maior da história, pois quando acabou ainda tinha gente tentando chegar ao local. E Brizola também teve magnitude no resultado, pois ultrapassou 64% dos votos dos passo-fundenses. Mas, independente de nomes e resultados, foi aos 33 anos de idade que vivi a minha primeira eleição presidencial. Debates, comícios e pela primeira vez na vida pude votar para presidente. Foi emocionante. Enfim, os caminhos democráticos permitiam o contraditório e respirávamos civilidade. Espero que nunca mais esse ciclo democrático sofra alguma interrupção. Tomara que as novas gerações jamais testemunhem um hiato na democracia.
Bandas e Batatas
A festa dos 10 anos do Batatas foi sensacional. A turma saiu do Menor Palco do Mundo© para receber 10 bandas na excelente acústica do Pub 540. Assim tive a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre as bandas nossas de todos os dias. Para minha alegria, a base do repertório é das antigas. Mas a galerinha não é fraca. Sem nomes para evitar esquecimentos, aplaudi instrumentistas e vocalistas de alto nível. Temos talentos de sobra tocando nos porões, garagens e palcos de Passo Fundo. O encontro do Batatas acena para a proposta de um festival de música por aqui. A arte merece aplausos e espaço.
Mesa Um
Na semana passada teve reunião ordinária da Mesa Um do Bar Oásis. Desta vez o paraninfo foi Evandro Zambonato, que recebeu os confrades na aprazível Vivenda das Palmeiras. Com a turma do Sipriani na churrasqueira e Dênis Pimentinha na copa, o encontro foi um sucesso.
Golpe
Fiquem atentos. Continuam aplicando o golpe do cartão de crédito em pleno centro de Passo Fundo.
Trilha sonora
Um trio italiano que há mais de meio século se mantém em alta. Ricchi s Poveri – Cosa Sei
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