As piadas que não são mais piadas
Até parece que vivemos em outro país, bem diferente do que sempre imaginamos. Há uma confusão mental generalizada. E proposital. A disseminação de mensagens pelas redes sociais foi o ponto de partida dessa desorientação. A maioria das pessoas atirou a bússola na lixeira e navega sem rumo por caminhos perigosos. Sem um Norte verdadeiro, seguem o oba-oba de um momento onde a lógica foi para o espaço. Até pode parecer um simples modismo, que surge e logo desaparece. Mas não é o caso. É uma febre coletiva que inflou tons ameaçadores, vingativos e segregacionistas. Há um coletivo contra as suas próprias estruturas coletivas. As pessoas entendem que nada está certo e, agora, são contrárias a tudo. O tom é de ódio e, assim, o respeito ao ser humano está desaparecendo. Alguns já agem como se não houvesse mais normas para cumprir. Consciente ou inconscientemente, são os novos fora-da-lei. Em meio a esse clima desagregador, ouvimos homens públicos com as mais esdrúxulas propostas. Jogam para uma plateia ensandecida que, mecanicamente, aplaude sem a mínima dose de senso crítico.
Mas também atiram migalhas ao vento, atendendo a demanda oportunista dos interesses de uma pseudo-elite. Na base do ‘se colar colou’, as tradições jurídicas e a cultura social vêm sendo desestruturadas. É uma corrosão da sociedade e de seus valores adquiridos e sedimentados pela vivência. Algumas medidas que surgem por aí até podem parecer inofensivas, mas fazem parte de um conjunto letal. Aquilo que era piada, não é mais. E, entre notícias falsas ou verdadeiras, nem sempre compreendemos o que está acontecendo. Até li algo sobre exportar madeira nativa da Amazônia. É claro que deve ser uma piada, pois representa a contramão do pensamento universal de preservação. Acabou o diálogo e o debate já foi para as cucuias. Estudos e pesquisas são atropelados por rajadas de desprezo. Isso, claro, sem falarmos no desrespeito às nossas tradições jurídicas e seus princípios. Mas as propostas que pipocam por aí acabam conduzindo uma camada da sociedade, sempre uma massa maleável, moldável e caricata. Leio, não acredito e penso que estão brincando comigo. Que bom se isso tudo fosse apenas brincadeira. Nada é por acaso. Ao contrário, é inegável a vergonhosa agressão ao que temos de mais valor na nossa sociedade: o bem comum.
Oásis
Novo ou antigo. Moderno ou conservador. Nestes condicionais, o Bar Oásis equilibra-se para deleite de várias gerações. Velhos quadros estão de volta às paredes rejuvenescidas. O material traz fotos histórias da Mesa Um e três publicações de O Nacional. A mais antiga delas é de 1956, que traz um anúncio do Oásis. Tem um brilhante texto do professor Juarez Azevedo e uma matéria que publicamos em 1993. É um vinculo com a própria história do tradicional ponto de encontro dos passo-fundenses. Nesta combinação, o Léo e a Luiza criaram o estilo vanguarda-retrô.
Roedores urbanos
Aqueceu e os ratos saíram das tocas. Astutos, antes abusavam da cautela e aparecia um ali outro acolá. Agora já estão muito bem aquerenciados nos canteiros da Avenida Brasil. Começam circular bem mais cedo e até assustam incautos pedestres. Andam em grupos e têm por hobby escalar as lixeiras metálicas. Antigamente associávamos os ratos ao queijo. Agora a turma prefere chantilly. Com invejável habilidade, transportam copos plásticos com restos de sorvete. Imagino que tem festa de aniversário na toca.
Iracélio
Sempre atento às novidades, o Turcão Iracélio encomendou centenas de camisetas do Flamengo para vender. Questionado pelo Éden Pedroso, Iracélio explicou: “você não tem ideia do que tem de carioca por aqui. Isso vai render uma boa grana”.
Trilha sonora
Um dos cantores com carreira mais longeva dos Estados Unidos: Johnny Mathis - Unbreak My Heart
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