Resistência na Assembleia
A pressão dos professores estaduais contra o pacote do governador Eduardo Leite, que altera o plano de carreira e a forma de aposentadoria da categoria, gera resistência na Assembleia Legislativa. O MDB, maior bancada aliada do governo, fechou questão contra o projeto. A matéria foi analisada pela equipe técnica da bancada e debatida internamente pelos parlamentares. O MDB entende que, da forma como o projeto foi apresentado, não tem condições de ser aprovado e também rejeita a urgência para a votação de todo o pacote, que inclui outros projetos. “São matérias de grande complexidade, demandam tempo maior para análise. Por isso, poderá ser votado em janeiro em convocação extraordinária ou no início do período Legislativo, mas não esse ano”, segundo o deputado Gilberto Capoani. A deputada Luciana Genro, PSOL, disse que o pacote é um ataque sem precedentes aos servidores do Rio Grande do Sul, num contexto em que eles já estão com salários atrasados há 50 meses e sem reposição sequer da inflação. Além disso, o pacote mexe com direitos históricos dos trabalhadores da educação, especialmente os professores. “O que o governo está propondo é terra arrasada”, diz a deputada. O PSOL também não concorda com a urgência das matérias. Igualmente o PSB pediu a retirada da urgência das matérias.
Mobilização
Luciana Genro disse que a mobilização dos servidores, em especial, dos professores, tem tido impacto muito decisivo na Assembléia. “É preciso que ela continue. As bancadas governistas estão muito indecisas e temerosas em dar apoio ao pacote”, completou.
Coragem de mudar
Para o líder da bancada do PSDB na Assembleia, Mateus Wesp, o governador Eduardo Leite, está tendo a coragem de encarar de verdade o problema financeiro e fiscal do RS. “Estou falando de um problema gravíssimo que impede o pagamento dos salários em dia como investimentos em áreas básicas. O problema não é dos servidores, mas temos que reconhecer que com 82% do comprometimento do orçamento com a folha, sobram 18% para atender 11 milhões de gaúchos e isso não é possível”, diz. Segundo o deputado, com todo o respeito aos servidores, é preciso alterar o ordenamento jurídico para que o funcionalismo volte a receber em dia. “Não existe fórmula mágica e nem discurso demagógico que resolvam esse grave problema”, assegura.
Ameaça inútil
Declarações que ameaçam a democracia não contam pontos para o governo e são péssimas para a imagem do Brasil. O senhor mercado não costuma investir em países autoritários e que flertam com ditadores e ditaduras. Então, completamente fora de propósito, mesmo que de brincadeira, a declaração do ministro da Fazenda, Paulo Guedes ao ameaçar com um novo AI-5 protestos violentos. Primeiro, que não há protesto nenhum nas ruas do Brasil e muito menos violento. Segundo, se houvesse qualquer manifestação, elas fazem parte da democracia.
Candidatura obrigatória
A direção nacional do PSDB enviou uma carta aos presidentes estaduais do partido, o que inclui o deputado estadual Mateus Wesp, determinando que todas as cidades com 100 mil ou mais habitantes tenham candidato próprio do PSDB nas eleições do ano que vem. A carta também deixa claro que o descumprimento da resolução da Comissão Executiva Nacional implicará em punições disciplinares internas. Mais um indicativo de que os tucanos devem manter a pré-candidatura de Lucas Cidade a prefeito, em que pesem os convites para que ele seja vice em outras chapas.
Situação de rua
Cresce o número de pessoas em situação de rua em Passo Fundo. Os semáforos nos mostram a dura realidade. Na segunda-feira à noite a Secretaria de Assistência Social abordou 12 pessoas na Praça Tochetto. Sete delas não são de Passo Fundo. O resultado do trabalho foi o encaminhamento de cinco pessoas para a Casa de Passagem, duas foram para suas casas, uma foi encaminhada para o Hospital e seis não aceitaram deixar o local. O município vai criar o Comitê de Gestão dos Espaços Públicos e na próxima segunda-feira já faz a primeira reunião.