Passo Fundo tem taxa de mortalidade por HIV/AIDS superior à média nacional

Média nacional de óbitos por HIV/AIDS, no ano de 2018, foi de 4,4 para cada 100 mil habitantes. No município, índice corresponde a 9,5 óbitos a cada 100 mil passo-fundenses

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O número anual de óbitos causados pelo vírus do HIV/AIDS em Passo Fundo é superior à taxa nacional. Enquanto o novo Boletim Epidemiológico de HIV e Aids, divulgado pelo Ministério da Saúde na última semana, aponta um coeficiente nacional de 4,4 óbitos por 100 mil habitantes no ano de 2018, o Serviço de Atendimento Especializado (SAE), da Secretaria Municipal de Saúde de Passo Fundo, estima que a média no município seja de 9,5 mil mortes por HIV/AIDS a cada 100 mil passo-fundenses. O índice supera também a média estadual, que no último ano foi de 7,8 óbitos.

Ainda conforme a Secretaria Municipal da Saúde, cerca de 1200 pacientes estão em tratamento contra a doença em Passo Fundo. “Em proporção, é um número bem alto. São cerca de 20 pessoas residentes que morrem todos os anos por causa da Aids. Outra coisa que nos preocupa muito é uma mudança observada na nossa realidade de 2017 para 2018. Antes, tínhamos uma média semelhante entre homens e mulheres contaminados pelo vírus. Já em 2018, 80% das pessoas diagnosticadas no município foram homens. Desses, 60% são homossexuais e bissexuais, com menos de 24 anos de idade. É uma população jovem, que não vivenciou a época de epidemia da AIDS, então a gente precisa sensibilizar na questão do uso do preservativo. O HIV e a AIDS ainda têm muito preconceito e estigma, não vale a pena se expor numa relação desprotegida”, explana a enfermeira-coordenadora do SAE, Seila de Abreu.

A enfermeira alerta também para a transmissão vertical do HIV pelo aleitamento materno. Embora Passo Fundo tenha passo os últimos quatro anos sem registros de casos de crianças contaminadas pelo vírus através do aleitamento, em 2019, um novo caso foi diagnosticado. “Isso é um alerta para as mulheres que estão amamentando. A proteção é sempre essencial. Por mais que a mulher tenha um casamento estável, isso não é segurança para ninguém”, salienta. O Ministério da Saúde orienta que, considerando a identificação de soroconversão para HIV na gestação e no aleitamento materno, seja feita a triagem do parceiro sexual, de forma a interromper a transmissão vertical nestes momentos e assegurar a proteção materna e neonatal.

Dezembro Vermelho

Comemorado internacionalmente no dia 1° de dezembro, o Dia Mundial de Luta Contra a Aids tem como objetivo sensibilizar a população sobre a doença, informar sobre as formas de transmissão, a sintomatologia e os agravos à saúde, além de buscar a prevenção e combater o preconceito sofrido pelos portadores do HIV. Em Passo Fundo, o município une-se durante todo o mês à campanha nacional do Dezembro Vermelho. Por isso, uma série ações vem sendo promovida nas praças e bairros a fim de oferecer o acesso à informação a testes rápidos de detecção do vírus.

A primeira inciativa da campanha alusiva à data aconteceu na Praça Tochetto, na última sexta-feira (29), onde as equipes do SAE realizaram abordagens e orientações, distribuíram preservativos e ofertaram  testes rápidos de detecção do HIV, sífilis e hepatites B e C, de forma gratuita a toda população. “A gente faz esses movimentos nas praças para mostrar para as pessoas que os portadores de HIV não têm cara. Elas estão circulando em nosso meio, muitas vezes sem saber que têm a doença e sem buscar tratamento – e quanto mais cedo o paciente descobrir a doença, maior a chance de controlar o vírus”, expõe Seila. Ela lembra ainda que os testes rápidos estão disponíveis diariamente, durante todo o ano, no SAE e nas unidades de saúde do município. O SAE Passo Fundo fica na Rua Silva Jardim, 714, Centro. O telefone para contato é (54) 3311-7236. 

 

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