ervidores públicos da 6ª Coordenadoria Regional de Saúde (6ª CRS) realizaram, na manhã dessa quarta-feira (4), um abraço simbólico no entorno do prédio do prédio do órgão. A categoria promoveu o ato com a intenção de simbolizar a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS). Desde a última semana, cerca de 40 funcionários da 6ª CRS decidiram paralisar as atividades, unindo-se a um movimento unificado de servidores públicos estaduais em greve contra um pacote de medidas apresentado pelo governador Eduardo Leite. De acordo com eles, caso aprovado, o projeto de lei que prevê a reforma na carreira e na contribuição previdenciária dos servidores promoverá o desmonte do serviço público. “Entendemos que o pacote apresentado retira direitos conquistados com muita luta ao longo dos anos, penalizando os que ganham menos. Com isso, os serviços públicos ofertados à população, como saúde, educação, segurança e outros, não estarão garantidos”, explica o servidor público Paulo Cornélio.
De acordo com os organizadores, aproximadamente 200 pessoas participaram da ação, entre categorias do serviço público, sindicatos, conselhos, organizações não-governamentais e movimentos estudantis. “É uma luta de todos os servidores do Estado”, justificou o servidor da 6ª CRS, Sheldon Hill. O órgão, que é ligado à Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul, representa as políticas do SUS e serve de agente para a implementação do planejamento da gestão estadual, com o objetivo de orientar as políticas públicas com base nas necessidades de saúde da população gaúcha. Sediada em Passo Fundo, a 6ª CRS abrange 62 municípios e conta com uma equipe de aproximadamente 80 funcionários, dos quais pelo menos 40 estão paralisados. A expectativa, segundo Hill, é de que este número continue crescendo. Ele estima que cerca de 15 coordenadorias de saúde, das 19 presentes no Estado, tenham aderido à greve. Para que a paralisação seja encerrada, os manifestantes exigem que o pacote de reformas seja retirado da Assembleia Legislativa.
Atendendo somente serviços considerados essenciais desde o dia 27 de novembro, como a entrega de medicamentos e vacinas, a greve na 6ª CRS já apresenta reflexos na área da saúde, afetando serviços como o agendamento de consultas com especialistas e a Autorização de Internações Hospitalares (AIH) pelo SUS. Interfere, ainda, no pagamento dessas AIHs, já que o órgão é responsável pela conferência do atendimento e o aval para pagamento do serviço. “Nós estamos analisando caso a caso serviços de emergência e procurando atender. Isso está estabelecido em lei, não podemos descumprir, e não precisaria nem de legislação para que tivéssemos essa consciência. Temos a noção da importância do nosso trabalho, não vamos deixar a população desassistida”, garante Hill.