O trabalho de gestão voltado à promoção cultural e incentivo literário. Nesse mote, a Academia Passo-Fundense de Letras deve iniciar o próximo ano com troca nas cadeiras diretoras da entidade após eleger, no sábado (7), os novos membros a ocupar os cargos de gerência.
A eleição geral, que ocorre a cada dois anos, foi definida através do voto direto dos membros da Academia atualizados com as obrigações estatuárias, nomeando o pesquisador da Embrapa Trigo e Patrono da Feira do Livro de Passo Fundo, no ano de 2007, Gilberto Cunha, para ocupar a cadeira presidencial pelo segundo mandato durante o biênio 2020-2022, substituindo o presidente em exercício, Odilon Garcez Ayres. “A nova diretoria tem o compromisso de levar adiante o trabalho de todos os que nos antecederam. Eles trouxeram essa casa até aqui, ao longo de 82 anos, e nós temos o compromisso de levar esse legado adiante”, declarou Cunha.
Ao lado dele, os intelectuais Agostinho Both, Paulo Monteiro, Antonieta Rovena, Luis Lopes de Souza, Marcos de Andrade e Francisco Garcia também tomam posse, em fevereiro do próximo ano, para ocupar os cargos de vice-presidente, secretário-geral, primeiro e segundo secretários, e primeiro e segundo tesoureiros.
As palavras como memória
Uma das mais antigas Academias de Letras em funcionamento no país, a Academia Passo-Fundense de Letras organiza, para o primeiro semestre de 2020, o lançamento de um livro sobre a obra do jornalista e acadêmico Antônio Augusto Meirelles Duarte, falecido em agosto deste ano aos 85 anos, vítima de um câncer. “Vamos realizar o encontro das Academias de Letras do Rio Grande do Sul, no segundo semestre, e mais concursos literários, além de dar sequência ao Projeto Cultivando Talentos e ao Programa Literatura Local”, destacou o novo presidente.
Em um vídeo gravado logo após a eleição geral, Cunha firmou o compromisso em “concretizar a história em prol da cultura” que a instituição mantém na cidade e nos eixos culturais e literários além da Capital do Planalto Médio com “respeito à história e aos valores da instituição”.
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Um espaço guardião
Fundada em 7 de abril de 1938, a Academia Passo-Fundense de Letras é o principal reduto da literatura municipal e órgão cultural formador de leitores e profissionais das palavras. Responsável, também, pela criação da primeira Biblioteca Pública no município, a instituição encabeçou as discussões para a criação do ensino universitário em Passo Fundo, estimulando a formação de escritores com seus concursos literários que seguem até hoje. Além de publicar a Revista Água da Fonte, a Academia mantém o programa “Literatura Local” na TV Câmara, que se caracteriza como um dos mais antigos do gênero no Brasil, estando desde 2005 em transmissão televisiva.
Quem é o novo presidente
O presidente eleito para o próximo biênio, Gilberto Cunha, é pesquisador agrometeorologista da Embrapa Trigo desde 1989, chefiando o órgão referência em investigação científica na área da Agronomia entre os anos 2006 a 2010. De 2014 a 2016, Cunha ocupou a cadeira gestora da Academia Passo-Fundense de Letras para o primeiro mandato à frente da instituição literária sendo escolhido, entre esse período, o Patrono da Feira do Livro de Passo Fundo, em 2007. Desde 1995, ele assina uma coluna semanal no Jornal O Nacional.