Produtos como roupas, artesanatos, cosméticos, perfumes e comidas, todos feitos exclusivamente pelas mãos de mulheres, colorem o “Bazar das Marias”, neste sábado (21). Quatorze expositoras de Passo Fundo e região devem se reunir na primeira edição do evento, que tem como propósito abrir espaço para que mulheres empreendedoras, que ainda encontram poucos locais para vender e divulgar o próprio trabalho, possam expor suas produções. “A ideia é, justamente, ter um evento acolhedor para mulheres, onde podemos nos fortalecer", resume a artesã Aline Galvão. O bazar acontece entre as 14h e 19h, com entrada gratuita, no Ateliê Maria Boneca (Rua Antônio Araújo, 413, Centro).
Conforme explica a organizadora do evento, Carla Furnaletto, que abrirá as portas do próprio ateliê para promover a iniciativa, a intenção é que através do bazar cada vez mais mulheres se sintam incentivadas a mostrar e comercializar o próprio trabalho – um ideal que já demonstra seus primeiros frutos. É que, segundo as organizadoras, embora quatorze expositoras tenham confirmado presença neste sábado, quando começaram a pensar no projeto elas eram somente em seis. “São mulheres que estão fazendo a diferença no meio artístico e cultural da cidade. E esse espaço de reunião das ‘Marias’ vem com uma importância muito forte, porque nos fala de união feminina, sustentabilidade, economia e criatividade”.
Apesar disso, elas esclarecem que a participação masculina também é bem-vinda – embora não enquanto protagonista deste movimento. “Sororidade é importante, mas o evento contará também com a ajuda dos nossos companheiros, que nos apoiam em nosso trabalho. Uma coisa não exclui a outra. Hoje é muito importante você saber de quem está comprando, porque além do consumo, se fortalece uma pessoa, uma marca e, neste caso, uma mulher daqui!”, observa Aline.
Foco no consumo consciente
Além de incentivar a produção de mulheres da região, o Bazar das Marias também levanta entre suas principais bandeiras o consumo consciente. Este conceito se refere a um movimento voltado à sustentabilidade, chamando a atenção da população para que conheça a origem de tudo aquilo que consome e as consequências que essa compra pode gerar para o planeta. Diante dessa premissa, acaba por difundir o fortalecimento de produtores locais – e, consequentemente, de mulheres empreendedoras também – em detrimento de empresas da grande indústria, que em grande medida estão inseridas em um sistema pouco preocupado com os impactos da sua produção.
Condizentes com o movimento, neste sábado, as expositoras oferecem ao público a venda de peças de arte, roupas, artesanato e comidas veg(etari)anas, além de projetos que propõem trocas de mudas de plantas e de livros e, ainda, contação de histórias. As produções, conforme destaca a organizadora, são exclusivas e resgatam o gosto pelo que é feito à mão. “Quando pensamos em reunir as meninas para formar esse bazar, em primeiro lugar, pensamos na qualidade dos produtos, na exclusividade e no amor com que cada uma produz. É um grupo que se preocupa, acima de tudo, em produzir arte e artesanato de qualidade, focados no consumo consciente, no reaproveitamento e na sustentabilidade”, explana Carla.