No final do ano se concentram, em poucos dias, muitas datas significativas gerando muitos eventos. Os cristãos são convidados a viverem o mistério do Natal intensificando a vivência litúrgica e religiosa. Celebrarem, de forma simples e solene, o nascimento de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador e direcionarem as atenções a este acontecimento histórico que dá sentido as outras tradições dele decorrentes.
Também é o final do ano escolar, civil, contábil .... gerando formaturas, festas, amigos secretos, balanços, planejamentos, férias, viagens .... Cada um chega neste período conforme foi o ano: mais cansado, estressado, outros aliviados, outros decepcionados, outros tristes, outros com energia para fazer festas... Temos que admitir que é preciso muita sabedoria para administrar e vivenciar bem este período.
Terminando o ano quantas vezes se escuta dizer que “mais um ano se passou e como passou rápido”. Esta simples constatação é salutar e provocativa. Desencadeia um processo e alerta que os dias não podem ser vividos de forma rotineira, automatizada. Este modo de viver pode passar uma falsa sensação que tudo vai muito bem, tudo está sólido, tudo está sob controle, mas, talvez, não seja esta a realidade.
Chama atenção que nos evangelhos Jesus, muitas vezes, alerta sobre a vigilância, estar prevenido, rever o dia a dia, enfim que a pessoa viva conscientemente e se dando conta do onde está e do que está acontecendo com ela. É uma atitude sábia e necessária avaliar o ano que passou. Tomar coragem de recolher-se num ambiente favorável, com tempo suficientemente longo para permitir a recordação da vida. É um exercício a ser feito de modo individual, mas também com a família, com os colegas de trabalho, com os amigos e outros.
Olhar com gratidão o ano que passou. Reconhecer os benefícios recebidos e alegrar-se com o que aconteceu. Vivemos e realizamos as nossas atividades com os outros e para os outros. Para vivermos precisamos dos outros com suas qualidades e capacidades humanas e profissionais. Estas pessoas merecem o reconhecimento e a gratidão, a começar pela simples presença passando pela colaboração nos trabalhos.
Reconhecer e agradecer as bênçãos de Deus que se manifestam de múltiplas formas. Em primeiro lugar, a mãe terra que nos acolheu que nos encanta com sua beleza de seres, cores e oferece todos os meios para conservar a vida. Agradecer aos sábios ensinamentos dos textos sagrados que constantemente educam, iluminam o caminho e consolam. Agradecer a Igreja ou comunidade religiosa que se reúne para cultivar laços de fé e obras de caridade.
Na avaliação certamente aparecerão fatos, pensamentos, palavras e ações realizadas que fizeram mal a nós próprios, ao próximo, à sociedade e à natureza. Assumir e confessar os erros e pecados revela maturidade e desejo de aperfeiçoamento, como também é um apelo de compreensão e de perdão das pessoas ofendidas.
É um tempo favorável para projetar o ano, rever ou propor novas prioridades, sejam elas pessoais ou familiares. Penso que também não pode faltar espaço para sonhar com toda a humanidade. Quais são as grandes mudanças que devem ocorrer e como efetivamente vou colaborar para que elas se tornem realidade? Tirar tempo para fazer serviços voluntários como sinal de doação, desprendimento e que permitem estabelecer novos laços de solidariedade.
Um abençoado ano de 2020!