O calor intenso que predominou em todo o Estado na sexta-feira (27), com temperaturas acima dos 30°C, fez com que boa parte da população precisasse procurar alternativas para se refrescar. Em Passo Fundo, onde a máxima durante a tarde chegou a 35°C, com sensação de aproximadamente 40°C, clubes recreativos observaram o aumento no fluxo de visitantes. Morador do município, o jovem João Vitor Garcia, por exemplo, visitou a cachoeira do Parque da Roselândia pela primeira vez na tarde de ontem. “Eu conhecia só por foto. Como está muito quente, aproveitei para vir conhecer e fugir do calor”, conta.
Para quem não é fã da estação mais quente do ano, o jeito é mesmo procurar maneiras de encarar a situação com certa tranquilidade. É que a onda de calor, que chegou ao município na última quarta-feira (25), não deve se afastar da região tão cedo. Conforme o observador meteorológico da Embrapa Trigo, Ivegndonei Sampaio, o ano deve fechar com máximas de 36°C. “Essa onda de calor continua até, pelo menos, a segunda-feira. Teremos sábado, domingo e segunda com temperaturas mínimas de 22°C e máximas de 36°C”, adianta.
A trégua chega somente na primeira semana de janeiro, quando a previsão indica uma pequena queda nos termômetros, que devem voltar a marcar 30°C. A tendência, no entanto, é que este verão siga sendo predominado pelo tempo seco e as temperaturas elevadas, com manhãs e noites abafadas e tardes de calor intenso. Conforme aponta o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão indica que a atual onda de calor pode ficar marcada como uma das mais intensas dos últimos anos. “É uma onda de calor mesmo, não tem outro fenômeno ou explicação. E, por enquanto, é a segunda maior onda dos últimos 39 anos, fica atrás apenas da que foi registrada em dezembro de 2011, quando também tivemos uma sequência de dias com máximas de 36°C”, explica Sampaio.
Chuva pode retornar neste domingo
Ainda conforme o observador meteorológico, a previsão mostra possibilidade de chuva no fim da tarde de domingo (27). As pancadas devem ser de rápida passagem e acontecer em áreas isoladas. “Até agora, o acumulado de chuva do mês é de 46mm em Passo Fundo. Então, provavelmente, fecharemos dezembro abaixo da média histórica para o período, que é de 173mm. Esse calor e a falta de chuva já estão castigando um pouco os campos. Temos visto danos, principalmente, no milho”. Quanto à possibilidade de estiagem, que tem preocupado agricultores, Sampaio esclarece que não há evidências reais do quadro, segundo o Inmet. “O que pode realmente preocupar é a possibilidade de que as chuvas nessa estação sejam mal distribuídas. Fora isso, o Instituto tem anunciado que a situação deve continuar sendo de neutralidade no Estado – não teremos atuação de fenômenos como El Niño e La Niña”.
Estado de atenção
Além das temperaturas elevadas e do tempo seco, a baixa umidade relativa do ar tem contribuído para a sensação de abafamento. Nessa semana, em Passo Fundo, o índice de umidade do ar ficou em 29%, enquanto ideal para a saúde humana é entre 50% e 80%, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS). Na classificação da OMS, índices entre 21% e 30% caracterizam estado de atenção. Em dias assim, recomenda-se que a população se mantenha hidratada, tente permanecer em locais protegidos do sol, umidifique o ambiente com frequência e evite exercícios físicos ao ar livre entre as 11h e 15h.
(((((Foto: Gerson Lopes/ON