Depois de amargar um longo período de baixa, 2019 foi o ano da retomada para o segmento. Agora, em 2020, tudo acena para um ciclo de alta. As taxas de juro nunca estiveram tão baixas e com a confiança econômica em ascensão, o próximo período tem tudo pra ser excepcional para quem vende e para quem compra. Um dos fatores que estimularam a recuperação do setor foi a queda, mesmo que tímida, do desemprego. No último trimestre do ano passado, o índice de desemprego no Brasil estava em 11,2%, índice abaixo do registrado há um ano que era de (11,6%). Embora pouco expressivo, se o indivíduo está desempregado (ou com medo de ser demitido) ele não tem confiança de comprar um apartamento, um bem de valor tão alto e de pagamento no longo prazo. Então, o mercado fica estagnado. Agora o cenário é outro!
De acordo com os dados divulgados no Raio-X do 3º trimestre do ano passado pelo FipeZap, 38% dos entrevistados informaram estar pensando em adquirir um imóvel nos próximos três meses. Desse total, 88% pretendem comprar para moradia própria e 12% buscam investir. Se por um lado, as pessoas estão pensando em retomar a compra de imóveis, do outro a oferta continua bastante aquecida e diversificada. O segundo semestre do ano passado foi de diversos lançamentos, além da oferta tradicional de imóveis usados. Isso fez com que os preços se mantivessem estáveis, sem grandes oscilações.
O cenário deve ser um pouco diferente para este ano. Como não há a previsão de grandes lançamentos, o estoque deve ser consumido nos próximos meses, podendo ocasionar uma elevação gradual de valor dos imóveis. Se você deseja comprar, o momento é bom, já que os preços ainda não engatilharam uma alta considerável e têm grandes chances de voltar a ter um crescimento real em 2020.
O ano também promete ser bastante interessante para quem deseja comprar residenciais para alugar e investir. De acordo o índice FipeZap (locação residencial), até novembro o segmento registrou uma valorização de 4,64%, acima da inflação oficial do período - que foi de 3,12%. Entre janeiro e novembro, a alta real dos valores ficou em 1,47%. O FipeZap também calcula a rentabilidade de imóveis com essa finalidade.. Segundo o cálculo da razão entre o preço médio de locação e o preço médio de venda, o retorno médio do aluguel residencial até novembro foi de 4,72% em 2019, comparado aos 4,43% de 2018.
Por outro lado, na locação comercial, o reaquecimento da economia deve fazer as empresas voltarem a crescer, e esse fator deve influenciar o valor dos imóveis e dos aluguéis, mas apenas para o próximo ano. A tendência agora é que a retomada da economia volte a estimular a locação de salas comerciais, com a abertura de novas empresas e contratação de pessoal, mas ainda distantes dos patamares pré-crise. A expectativa é que neste ano finalmente atinja o ponto de equilíbrio do setor, com uma taxa de desocupação próxima a 10%, bem abaixo dos 23% mensurados em 2018.
O segmento imobiliário deve acompanhar as perspectivas mais positivas para a economia brasileira. O cenário é que o avanço do PIB da construção civil seja superior aos 2,30% esperados pelo mercado para o PIB do país. A título de curiosidade, estima-se que nos 12 meses do ano passado, foram financiadas a compra ou construção de 290 mil imóveis no Brasil, uma alta de 32% em relação ao período anterior.