A barragem da Fazenda da Brigada, que abastece 60% do município de Passo Fundo, está 40 centímetros abaixo do vertedouro, por conta da falta de chuvas regulares dos últimos dias. A situação garante o abastecimento normal, mas entrou em estado de monitoramente constante por parte da Corsan. Segundo o superintendente Aldomir Santi, a cada dia sem chuva o volume baixa ainda mais. Atualmente, a média de baixa é de 5cm, mas em prosseguindo a estiagem os índices tendem a aumentar de forma gradativa. Ontem a Corsan abriu quatro poços para dar mais volume de água.
A barragem do Miranda, a mais antiga e maior e que abastece os outros 40% do município, baixou cerca de 6cm e, portanto, está dentro da normalidade. Em situação emergencial, a Corsan dispõe de outras duas alternativas para manter o abastecimento de água por um período mais longo: a primeira é a transposição do Rio Jacuí e a segunda, a transposição do lago da Pedreira. Ambas foram utilizadas na estiagem de 2012 e estão com equipamentos instalados.
Uso consciente
De forma geral, a Corsan recomenda que a comunidade use de forma consciente a água. Esse não é o momento para desperdiçar lavando calçadas, carros ou utilizando de forma exagerada este bem natural.
Hidrelétricas
A estiagem que afeta o Sul do Brasil e em especial o Rio Grande do Sul, considerada a mais severa dos últimos oito anos, tem prejudicado não apenas a atividade agropecuária, como também a geração de energia de pequenas Hidrelétricas do Estado. Ao longo de 2019, a Usina Hidrelétrica Passo Fundo (UHPF), localizada no rio Passo Fundo, município de Entre Rios do Sul, manteve somente 60% da sua capacidade máxima de geração (226 MW). Na terça-feira, o nível do reservatório estava na cota 589,62 metros, equivalente a 28,39% do volume útil de água disponível para gerar energia. No início de dezembro de 2019, as medições registraram cota 589,90 metros e 30% do volume.
O volume útil atual de água para geração já é inferior ao mínimo histórico registrado em 2012, quando chegou a cerca de 29% da capacidade. Como o nível está muito baixo, a água disponível está sendo utilizada para a geração de energia elétrica. O montante de produção obedece à programação determinada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS.
Famurs se mobiliza
A situação de emergência dos municípios gaúchos em função da estiagem será tratada em encontro da Famurs, nesta quinta-feira (09.01), a partir das 14h. O encontro terá a participação de prefeitos, deputados, Defesa Civil, Secretarias de governo, Emater, e entidades agrícolas do RS. O presidente da Famurs e prefeito de Palmeira das Missões, Dudu Freire, ressaltou a preocupação da entidade com a falta de chuva. “Conforme informações da Defesa Civil, estamos vivendo neste momento a estiagem mais severa dos últimos sete anos. E por isso, a Famurs vai colocar toda a sua equipe à disposição para auxiliar os municípios que já enfrentam os prejuízos desta seca”, afirmou.
Conforme levantamento da Defesa Civil, nove municípios já decretaram situação de emergência: Chuvisca, Camaquã e Cerro Grande do Sul (na região Sul), Pantano Grande, Sinimbu e Venâncio Aires (na região do Vale do Rio Pardo), Boqueirão do Leão (na região do Vale do Taquari), Maquiné (no Litoral Norte) e Mariana Pimentel (na região Centro-Sul).