Índice de infestação do Aedes aegypti é considerado baixo no município

Conforme levantamento da Secretaria Estadual de Saúde, Passo Fundo não figura entre a lista de 99 cidades gaúchas onde a infestação do mosquito é considerada de alerta ou de alto risco

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Proliferação do mosquito tende a aumentar nos primeiros meses do anoProliferação do mosquito tende a aumentar nos primeiros meses do ano
Proliferação do mosquito tende a aumentar nos primeiros meses do ano
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Passo Fundo está fora da lista de 99 cidades gaúchas onde a infestação do mosquito Aedes aegypti é considerada como situação de alerta ou de alto risco de transmissão da dengue, chikungunya e zika. O balanço divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) representa os municípios onde mais de 1% dos imóveis vistoriados por agentes de endemias apresentaram larvas do inseto, com base no último Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), realizado entre outubro e dezembro de 2019. Em Passo Fundo, o índice no período foi de 0,6, sendo considerado de baixo risco.

 

Apesar do dado positivo, o especialista em Saúde e servidor do núcleo de Vigilância Ambiental da 6ª Coordenadoria Regional de Saúde (6ªCRS), Leonardo Seidler de Marchi, esclarece que o município ainda figura entre a lista estadual de cidades com risco de infestação do mosquito. “Acontece que neste período [outubro] os índices tendem a ser menores, pois a recém estamos saindo das estações mais frias, não dando muito tempo para a proliferação do vetor. Caso o levantamento fosse realizado posteriormente, acredito que teríamos índices um pouco maiores, independentemente do trabalho executado pelas vigilâncias em saúde municipais”, explica.

 

A observação do especialista encontra respaldo em levantamentos anteriores. No mesmo período de 2018, o índice de infestação do Aedes aegypti em Passo Fundo também era considerado de baixo risco: 0,8. Em contrapartida, em março de 2019, esse número subiu para 4,3 e, em maio, saltou para 5,9 – ambas as situações são consideradas de risco. “Historicamente, agora é que começa o período mais complicado, de muito calor e dias chuvosos, quando a proliferação do mosquito costumar aumentar e chega a níveis muito altos. Esperamos que a queda se mantenha, mas é difícil que se concretize”, complementa a coordenadora da Vigilância em Saúde da Prefeitura Municipal de Passo Fundo, Marisa Zanatta. Um novo levantamento, referente ao período de janeiro de 2020, deve ser divulgado no próximo mês.

 

No ano passado, mais de 1,3 mil casos de dengue foram confirmados no Rio Grande do Sul – dois deles em Passo Fundo. O dado representa uma elevação expressiva em comparação com o mesmo período de 2018, quando somente 25 pessoas foram vítimas do vírus em todo o Estado.

 

As 10 cidades com maior índice de infestação

 

Entre as 99 cidades em alerta ou em risco quanto à dengue, a situação é de maior atenção em 10 delas. Elas tiveram no último LIRAa, realizado entre outubro e dezembro de 2019, Índice de Infestação Predial (IIP) superior a 4%, que indica o percentual de imóveis vistoriados onde houve a presença de larvas do mosquito. Esses municípios estão localizados majoritariamente nas regiões norte e missioneira do Estado. São eles: Bom Progresso, com índice de 8,2; Jaboticaba, com 7,4; São José das Missões, 5,5; Quinze de Novembro, 4,8; Alecrim, 4,7; Alegria, 4,7; Salto do Jacuí, 4,5; São Leopoldo, 4,5; e São Nicolau, 4,2; Tuparendi, 4,1.

 

Ao todo, foram 358 cidades que realizaram o levantamento no último trimestre. Enquanto 3% e 25% delas apresentaram, respectivamente, índices de alerta e risco, os demais 72% (ou 259 municípios) tiveram a infestação considerada de baixo risco. Outras 16 cidades classificadas como infestadas (quando houve a identificação de larvas do inseto nos últimos 12 meses) não realizaram o detalhamento da infestação. Somados, são 374 municípios considerados infestados no RS.

 

Em relação à população, 92% dos gaúchos (ou 10,5 milhões de pessoas) residem nessas 374 cidades onde há a presença do mosquito. Os 10 municípios com alto risco somam 281 mil habitantes (ou 2,5% da população do RS). A lista segue com outras 2,4 milhões de pessoas que vivem nas 89 cidades com situação de alerta, representando 22% dos gaúchos. Por sua vez, 49% (5,5 milhões) da população mora em cidades de risco considerado baixo e 7% (803 mil) em cidades não infestadas.

 

Medidas de prevenção contra o mosquito

 

A transmissão da dengue, zika e chikungunya ocorre pela picada do Aedes aegypti. O mosquito tem em média menos de 1 centímetro de tamanho, é escuro e com riscos brancos nas patas, na cabeça e no corpo. Para se reproduzir, ele precisa de locais com água parada, não necessariamente suja. Muitos desses locais são dentro de pátios e até dentro das residências. Por isso, o cuidado para evitar a sua proliferação busca eliminar esses possíveis criadouros, impedindo o nascimento do inseto. Entre as medidas, recomenda-se: tampar caixas d'água; tonéis e latões, guardar garrafas vazias viradas para baixo; guardar pneus sob abrigos; não acumular água nos pratos de vasos de plantas e enchê-los com areia; manter desentupidos ralos, canos, calhas, toldos e marquises; manter lixeiras fechadas; e manter piscinas tratadas o ano inteiro.

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