Quando, em 2007, completou 50 anos de carreira, o genial Martinho da Vila, autor de mais de 500 músicas, lançou o CD-DVD Martinho 5.0. Adquirido e emprestado ao inesquecível Dr Ricardo Bittencourt, jamais voltou a mim. Mas, ficou em boas mãos, já que numas andanças pelo Rio Bittencourt fora, certa feita, assistir a um ensaio da escola de samba Vila Isabel e sentou-se junto a Martinho; tomaram umas que outras, conversaram sobre tudo. Martinho tratou Bittencourt com tamanho respeito que este ficou constrangido. Para quem conhece, dizem que o bom não é o grande desfile e, sim, os ensaios. Imagine-se na Portela, ao lado de Paulinho da Viola; ou na Imperatriz, em Ramos, sentindo o clima eterno de Martin Cererê? Vem cá Brasil deixa eu ler a tua mão, menino...
Neste DVD-CD de Martinho há uma linda composição intitulada Off-Rio em que ele homenageia a cidade onde nasceu, Duas Barras, que é onde se refugia da loucura ou da rotina do cotidiano, seja na grande cidade ou nos atropelos frenéticos do dia-a-dia. Ali, em Duas Barras, bebe a água da paz, há tempo para jogas conversa fora ou dentro, ali se renasce e se energiza. Zeca Pagodinho tem isso em Xerém, templo de encantos. Renato Terra falava de algo assim: lá em Mauá...Teresópolis...Galdinópolis...Armação de Búzios...Geribá...Ceará.
Meu off-Passo Fundo é na granja, junto aos animais terrestres e amigos dos ares, no silêncio, na meditação, na falta de pressa para voltar., na contemplação do verde e do azul. Para quem não tem essas possibilidades o off-Passo Fundo pode ser na gare, na Roselândia e pode ser nas praças. E, então, aproveito a oportunidade de solicitar em nome de muitos ao senhor prefeito e ao secretário de serviços urbanos um olhar carinhoso para a primeira praça, a Tamandaré, em estado depreciado, com bancos quebrados, com grama a ser cortada, com área de passeio a desejar. O off-de tudo o que nos incomoda merece lugar mais bem cuidado. Sei que que o executivo tem muitas prioridades, é lógico. Se não for para Luciano resolver que seja para o próximo. É legal matear e sentir que a grana que nos é tomada está ressarcida também em áreas de lazer e de encanto. Há poesia em qualquer canto da Tamandaré, em sua grama e árvores. Poderia, pessoalmente, contar mil histórias de encantos e desencantos vividos neste mágico local. Ela é da cidade, é minha, é nossa...a praça Tamandaré é do povo, como o céu é do avião...
Olho também para meu colégio Cenav com pintura esmaecida, é o que enxergamos. Imagina como está por dentro. Olho para o colégio estadual Cecy e está lindo. Houve um mutirão, imagino, de notáveis cidadãos que se dispuseram a ajudar a embelezar o educandário. Nós, os ex-alunos do velho Cenav, temos que arrecadar recursos para melhorar a aparência do velho colégio, sede de tantas amizades e palco testemunho e estimulador de tantas sucessos profissionais que prestam serviço à sociedade. É mais um desafio, não ao prefeito e nem ao governador; é um desafio a nós mesmos. Vamos encarar? Ou apenas vamos lamentar?