A disputa por espaços
O crescimento populacional resulta em algumas, ou muitas, adversidades. Aqui em Passo Fundo, as ruas e avenidas praticamente ainda são as mesmas de há 50 anos. Porém, nesse meio século a população dobrou. Aumentou o número de habitantes e, obviamente, mais pessoas circulam pelos mesmos lugares. Isso gera uma disputa por cada centímetro. Assim, temos uma luta velada por espaços. Isso ocorre sobre o asfalto das ruas e sobre as lajotas das calçadas. Ah, é claro, tem briga acirrada por vagas de estacionamento. Mais pessoas e mais carros circulando. E não há nada de errado nisso, pois o aumento do número de veículos é um indicativo de qualidade de vida. Para resolver isso, exceto algumas intervenções técnica, não há como ampliar ruas e calçadas. A cidade cresceu, temos inconvenientes dentro da proporcionalidade em comparativo com grandes metrópoles. Mas será que o tão propalado ‘problema’ fica restrito apenas à relação espaço/habitante? Não, é claro que não. A inconveniência está em cada um de nós.
É uma adversidade que contagia o coletivo. O espaço diminui e aumenta o problema comportamental. Antes de propor mirabolantes fórmulas mágicas, necessitamos conviver com essa condição. Automóveis, bicicletas, caminhões, caminhonetes, cavalos, motos, ônibus, patinetes, pedestres e skates movimentam a cidade. Porém, para alguns ainda falta a ingestão diária de cápsulas de civilidade. Na segunda-feira, quase fui atropelado por duas bicicletas. Conduzidas por adultos em alta velocidade sobre a calçada! Skatistas andam na pista à noite sem sinalização. Automóveis invadem o espaço das paradas de ônibus. Motos estacionam fora das áreas destinadas aos ciclomotores. Caminhões desrespeitam restrições de circulação na cidade. Cavalos deixam marcas fedorentas pelos canteiros. Caminhonetes andam com apito no escapamento. Os mais idiotas, então, detonam o som, cuja qualidade rasteira está ao nível dos próprios condutores. Ora, isso tudo não são problemas de trânsito. São questões comportamentais. Ou, mais objetivamente, falta de bom senso. E isso só poderá ser resolvido com civilidade e muita educação.
Novela e realidade
Minha preocupação não é com o ingresso de atores na vida pública. Até porque os políticos são grandes intérpretes, alguns até dignos do Oscar. Meu temor é que os personagens tomem conta dos ocupantes de funções públicas. E essas novelas já conhecemos muito bem.
Assepsia criminosa
Dentre tantas asneiras carregadas de ódio, ainda encontramos um pouco de inteligência nas postagens das redes sociais. Essa roubei do amigo Carlos Alceu Machado, sempre com suas boas pitadas de agradável perspicácia:
“Use o banheiro como se tivesse cometido um crime. Não deixe vestígios.”
Coronavírus
Não faltam piadas sobre o coronavírus. Mas a situação não está para brincadeiras. O momento requer seriedade e muita atenção.
Trilha sonora
Na discotecagem do Batatas, na última quinta-feira, estavam Sérgio Júnior e Milton Roque (leia-se Los Marias). A viagem do tempo foi a 1979, quando rodaram a ELO – Electric Light Orchestra: Last Train to London
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