Atualizando atualizações
Com conhecimento e prática enfrentamos a vida. Após alfabetizados, deixamos o lápis e a caneta sobre a mesa para datilografar. Quando a máquina de escrever ainda assustava, eu já me virava catando milho no teclado. Chegou o computador e, nos tempos do DOS, aprendi os comandos e os caminhos dos diretórios. Veio o Windows e com o ratinho na mão fui me virando entre janelas. Mas a evolução é insaciável e quando dominamos um programa este já está superado. Há algo novo e, então, ai de quem não entrar na nova onda. E vamos mudando. Isso seria uma evolução. Mas, cá entre nós, também é uma chatice. Até porque já estamos cientes de que a novidade de hoje será obsoleta amanhã. Ora, pela minha lógica, por que perder tempo aprendendo sobre algo que com certeza estará ultrapassado nos próximos dias? Porém, a concepção global de modernidade nos proíbe de sequer pensar em versões anteriores. Autodidata, sigo em frente e desperdiço neurônios com os novos penduricalhos que aparecem na tela. E na telinha do celular, onde também impera a imposição de alguns programas.
Dia desses, elaborei um texto no Word do celular para adiantar o trabalho. Parecia tudo perfeito, mas o domínio da tecnologia pode ser ilusório. Sabe aquele ícone na tela que seria uma coisa e agora pode ser outra? Era. O texto sumiu e todo o meu trabalho evaporou. E sequer posso reclamar, pois o erro foi meu. Falta de atualização. Seria uma obrigatoriedade em atualizar diariamente a minha cabeça para novas versões? Então nasci 1.0 e hoje já estou operando na versão 63.99? Ou já lançaram a 64.01? Evoluir é bom. Mas poderíamos pular algumas etapas descartáveis. Por que esquentar a cabeça diariamente ao invés de um upgrade anual? Ora, enquanto desperdiçamos neurônios com esses detalhezinhos deixamos de olhar para o mundo. Certamente, é por isso que muita gente não raciocina mais e há uma diminuição coletiva do discernimento. Assim, temos novas versões tecnológicas no cérebro, enquanto velhas imposições retrógradas atuam no nosso comportamento. É necessário dosar o modismo, preservando neurônios necessários à evolução individual, para não descambarmos na consolidação coletiva do retrocesso.
A especulação
Um ano com eleições é diferente dos outros. E cada ano eleitoral é distinto. Pela proximidade eleitor-candidato, as eleições municipais têm maior importância e são as mais comentadas. Da República dos Coqueiros ao Bar do Toco, não faltam candidatos a prefeito de Passo Fundo. Com certeza, existem candidaturas explícitas, algumas implícitas e, claro, outras por detrás da moita. Mas este ano a especulação é exageradamente maior se comparada com anos anteriores. Essa indagação é um reflexo de um quadro amplo, indicando a possibilidade de muitas candidaturas. Se isso for confirmado, teremos o cenário ideal para um candidato inusitado. Sim, um nome não especulado, que surja silenciosamente e corra por fora na contramão dos favoritos. Será que existe esse candidato?
Detector de candidatos
Seria muito divertido um aparelho detector de novos candidatos a vereador. Mas, eles podem ser detectados facilmente com um pouco de atenção. Basta uma simples observação em algumas mudanças de comportamento. Não apenas os sorrisos, abraços ou apertos de mão. Os pretensos candidatos inventam de tudo para atrair as atenções e reunir pessoas. Promovem inusitados encontros e batem ponto em todos os pontos. Então, se o cara surgir com algo diferente é porque deseja ser candidato. E, dependendo da nova desenvoltura social, o detector apita na hora.
Trilha sonora
Música de Adriana Calcanhotto na gostosa interpretação de Roberta Sá - Me erra
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