A regeneração da pimenta
A pimenta conquistou o paladar dos gaúchos e ganhou espaço na mesa dos sul-rio-grandenses. Mas esse convívio já foi bem diferente. Há algumas décadas, essa relação íntima com as ardidas era quase pecaminosa. A palavra pimenta já ardia aos ouvidos. Malagueta era um palavrão. É claro que já existiam os admiradores das pimentas em conserva ou em grãos. Mas eram raros, geralmente bons gourmets e apreciadores de iguarias. A medicina de antigamente tinha ressalvas às pimentas e a voz corrente era de que fariam mal para o fígado. Em muitas famílias seria uma ameaça à saúde. Na minha casa era bem assim. No máximo colocavam umas gotinhas do vinagre da conserva de pimenta numa panela de sopa. A pimenta do reino já tinha o privilégio de aparecer nas mesas dos restaurantes. Lá pelos anos 1970, o ímpeto desbravador conduziu a gauchada para o Mato Grosso, Rondônia, Bahia... Os novos ares propiciaram um intercâmbio gastronômico e a pimenta ganhou elogiosas referências.
Na mesma época, encontrávamos nos supermercados os pequenos potes com malagueta ou comari em conserva. Chegaram os anos 1980 e os médicos já não tinham mais as restrições de antigamente. A pimenta foi aceita e, em muitas situações, até teve seu consumo estimulado. Não havia mais narizes torcidos para um steak au poivre nos cardápios. Nas prateleiras encontrávamos o tradicional molho de pimenta da Cica (hoje Knorr), quando desembarcou o Tabasco. Foi recebido com honrarias pelo bom gosto. Rapidamente, o Made in USA invadiu os melhores restaurantes. Chegaram as mexicanas e tantas outras variedades. As geleias de pimenta estão até nas churrascarias. Alguns restaurantes oferecem com orgulho seus próprios molhos de frutinhas ardidas. Agora a moda é a suave biquinho, que decora das saladas às carnes nos buffets. Fui criado vendo a pimenta como um perigo, uma ameaça. Mas logo aprendi a consumir e a apreciar. Uso e abuso da pimenta. E pode ser a mais forte. Mesmo assim, fico de queixo caído ao ver a gauchada de hoje consumindo tanta pimenta. Sinais dos tempos!
Poeira
As obras da Avenida Brasil chegaram ao Centro. Para permitir a instalação de tubulações, foi necessário alterar um trecho para meia pista. Para isso realizaram cortes nos canteiros. A consequência é a poeira na esquina com a General Netto. O problema maior ocorre nas lojas que ficam com as mercadorias cobertas pelo pó. Bem que poderiam regar esse trechinho e eliminar o polvadeira. Para mim também seria ótimo, pois tenho que manter o apartamento fechado. Ainda mais que a diarista se mandou para a Disney e ainda não voltou.
O Oásis fechou
A maldição do feriadão atingiu o Bar Oásis. Desde sábado, está com as portas lacradas. Léo e Bruna estão ancorados no Caixa D’Aço e a Luiza foi avistada nas areias de Balneário Camboriú. Enquanto isso, ficamos sem o café nosso de cada dia. A turma da Mesa Um, carregada de palpites, não sai de casa desde sábado. Iracélio, sem o seu ponto de referência, anda em ziguezague entre o Secchi e a Petrópolis. É muita ansiedade. Mas, segundo o zum-zum, o Oásis deve reabrir na quinta-feira.
Concurso de fantasias
A turma do Batatas não é fraca. Desde sexta-feira, rolou carnaval todas as noites. Tudo, como manda o protocolo da casa, com muito rock. Mas, na proporção de 10 x 1, a galera também pulou com algumas marchinhas. E teve até concurso de fantasias. Nem necessitaria, porque por lá todos são a própria fantasia com as cabeças carregadas de fantasias. Então, imaginem a criatividade do pessoal na hora de vestir, de fato, uma fantasia. Muito capricho e criatividade deram um clima do melhor carnarock do mundo ao Batatas. A decisão dos jurados só foi pronunciada quase ao amanhecer da Terça-feira Gorda. Leticia Fumagalli e Andrey Jardim, a Baby e o Baby, envoltos em seus cachos de uva, levaram o prêmio mais esperado do ano: uma caixa de cerveja. E dá-lhe rock!
Trilha sonora
Quarta-feira de Cinzas pede um clássico de Antônio Maria e Luiz Bonfá. Andrea Motis e Joan Chamorro: Manhã de Carnaval.
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