Corsan transpõe água do Rio Jacuí para Barragem da Fazenda

Caso a falta de chuva perdure no município, empresa também poderá fazer a transposição da água do Lago da Pedreira até a Barragem do Miranda

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A Barragem da Fazenda da Brigada, responsável por abastecer 60% do município de Passo Fundo, vem recebendo transposição de água do Rio Jacuí desde a última quinta-feira (5). O motivo é a falta de chuvas em volumes significativos, que deixou o nível do reservatório 1,20 metro abaixo do normal. Embora o abastecimento esteja regular, de acordo com o superintendente Aldomir Santi, a Corsan tem monitorado constantemente os dois reservatórios existentes em Passo Fundo.


Na Barragem do Miranda, que abastece os outros 40% do município, o nível da água está 50cm abaixo do ideal e deve ter redução ainda mais acentuada se o período de estiagem persistir. Por este motivo, a Corsan informou que está estudando a possibilidade de aplicar uma medida emergencial semelhante à da Barragem da Fazenda. Neste caso, porém, a transposição deve ser feita a partir da água do Lago da Pedreira.


A estiagem que afeta o Sul do Brasil é considerada a mais severa dos últimos oito anos. A última vez que a região enfrentou falta de chuva tão prolongada foi no ano de 2012, quando a Corsan precisou utilizar o mesmo sistema para manutenção dos reservatórios. É por isso que, desde então, as duas barragens passo-fundenses possuem equipamentos para transposição já instalados.


Ainda de acordo com Santi, além de monitorar diariamente o nível dos reservatórios – tanto para observar a queda causa pela estiagem, quanto para evitar que a transposição cause o transbordo e desperdício da água –, a empresa tem reforçado o pedido à comunidade que use o recuso natural com parcimônia. “Pedimos que não jogue água na calçada, não lave os veículos com mangueira, não regue... Tudo indica que o período de estiagem vai continuar e podemos ficar sem água, vai ser grave”, alertou.


Situação de emergência

De acordo com o balanço da Defesa Civil, cerca de 130 municípios gaúchos decretaram situação de emergência devido à estiagem. As regiões do Centro, da Fronteira Oeste, do Vale do Rio Pardo e do Sul são as mais afetadas até o momento. Na semana passada, durante uma audiência pública, a secretária de Trabalho e Assistência Social do Rio Grande do Sul, Regina Becker, declarou temer que a escassez de chuva – prevista para se estender até o fim de março – cause a perda da maior parte da safra de verão no Estado, deixando diversas famílias que vivem da produção rural em situação de vulnerabilidade social. A estimativa mais recente da Emater é que a colheita de grãos em território gaúcho chegue a 28,72 milhões de toneladas, 13,8% a menos que a projeção inicial.

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