Para marcar a Semana de Luta das Mulheres, a Câmara de Vereadores de Passo Fundo realizou na manhã de ontem (11), um debate sobre Feminicídio e Assédio Sexual. O encontro foi voltado para o público adolescente de escolas municipais e estaduais, com o objetivo de conscientizar sobre como identificar esses tipos de crime, como prevenir e agir, caso venham a serem vítimas ou conheçam alguma mulher que esteja passando pelo problema.
Paelstraram a delegada Rafaela Bier, da Delegacia Especializada no Atendimento às Mulheres de Passo Fundo (DEAM), e a secretária adjunta da Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência social (Semcas), Elenir Chapuis, também presidente do Conselho da Mulher. O evento foi mediado pelo vice-presidente do Legislativo, Ronaldo Rosa (SD). O público foi formado por autoridades e mais de 200 estudantes e professores das Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emef) Antonino Xavier, e Arlindo de Souza Mattos, mais a Escola Estadual Professora Eulina Braga.
Ronaldo falou sobre as principais leis aprovadas no Legislativo municipal para ajudar a proteger e defender os direitos das mulheres. “Diante da violência contra a mulher, a Câmara de Vereadores está agindo tanto na formulação de leis, quanto na cobrança da aplicação dessas leis. Além disso, estamos empenhados na discussão do tema e na conscientização com ações como este debate”, enfatizou o parlamentar.
A delegada Rafaela Bier, falou sobre os diferentes tipos de violência contra a mulher: física, psicológica, moral, sexual e patrimonial. No ano passado, segundo ela, 820 ameaças foram registradas no município, além de quase 400 ocorrências de lesões corporais, 27 estupros, 20 tentativas de feminicídio e três casos consumados. Com base nos dados, a policial exaltou a importância da denúncia através do Disque-denúncia, 180, e do telefone 190 da Brigada Militar.
Rafaela explicou ainda o que pode ser considerado assédio e alertou os adolescentes para o fato de que eles também estão sujeitos a cometer ato infracional. “Um beijo forçado, por exemplo, pode ser considerado ato infracional, qualquer conduta sexual só é possível quando autorizada pela outra parte. Os homens não podem julgar a mulher pela roupa que ela usa e precisam entender que ‘não é não! ’”, ressaltou a delegada.
Elenir Chapuis fez um apanhado histórico para explicar porque ainda existe a desigualdade de gênero. “As mulheres, historicamente, precisaram lutar por direitos como ao voto, que só foi conquistado em 1932. Outras lutas como pela igualdade no mercado de trabalho ainda estão sendo travadas”, declarou. Ela falou ainda sobre a rede de acolhimento que existe em Passo Fundo, uma das melhores do estado, para proteger as vítimas, como a Casa da Mulher onde elas recebem desde atendimento psicológico ao jurídico.