A volatilidade na Bolsa de Valores nunca pegou tantos investidores de surpresa quanto nas últimas semanas. Também pudera! Uma série de fatores abalou o mercado como um todo. O decreto de pandemia do Coronavírus feita pela OMS, a disputa acirrada pelo preço do Petróleo e reformas que aguardam tramitação no Congresso Nacional, fizeram as ações despencar no Brasil e no mundo. Na semana passada, em um único dia a bolsa de valores brasileira registrou queda de 14,78%, a maior em 22 anos. O impacto foi tão grande por aqui que no mesmo dia os negócios tiveram que ser paralisados duas vezes. No total, o “circuit breaker” (procedimento padrão para conter quedas excessivas) foi acionado em quatro momentos durante toda a semana.
Infelizmente, é unânime entre os especialistas a baixa expectativa de melhora para um curto prazo. Mesmo que em alguns dias as ações tenham disparado logo na abertura, a queda ainda é muito frequente, com a tendência de continuar oscilando desta forma por mais um bom tempo. Outro consenso entre economistas é sobre manter a cautela. Para os investidores prejudicados, pular fora não é a melhor opção. A principal orientação agora é conter os impulsos e esperar a poeira baixar para não perder mais dinheiro. Uma alternativa é reorganizar a carteira de investimentos, optar por ativos de empresas com menor probabilidade de serem impactadas por crises como a que estamos enfrentando. Por outro lado, mais do que nunca investidores de primeira viagem devem ter cuidado ao ingressar no mercado de ações. Momentos como esse são realmente “tentadores”, mas devem ser aproveitados apenas por quem já conhece o mercado à fundo e tem condições de esperar um retorno a longo prazo.
Mas o sinal de alerta já havia sido ligado há mais tempo. Lembra da queda da Selic no final do ano passado? Quando os investimentos de renda fixa desmotivaram até mesmo os mais conservadores? Lá atrás já falávamos sobre diversificar os investimentos, um conselho que deveria ser melhor aproveitado não só em momentos de crise. Ao contrário, essa é uma prática muito efetiva para proteger seu patrimônio e evitar o pânico generalizado que estamos acompanhando hoje.
A moradia, como necessidade básica e sonho de consumo de boa parte dos brasileiros, sempre foi uma forte opção de investimento para quem não pensa em abrir mão da segurança. Ao contrário da volatilidade do mercado de ações, que pode ir de um extremo ao outro em questão de horas, os preços dos imóveis não caem do dia para a noite. Mesmo quando afetado, o mercado imobiliário demora algum tempo até que os efeitos de uma crise comecem a balançar os investimentos, dando a oportunidade de agir enquanto o perigo ainda é eminente. Mas mesmo nas piores hipóteses, esse é um mercado muito resistente, como pudemos testemunhar a pouco tempo, durante a crise política do Brasil. Quem apostou no setor teve seu patrimônio resguardado durante o período porque mesmo com pouca valorização, os proprietários ainda têm a possibilidade de locar seus imóveis enquanto aguardam uma melhora econômica para movimentar seus investimentos.
Além disso, o mercado imobiliário brasileiro vive um bom momento. Demanda crescendo, boa disponibilidade de crédito, novas condições competindo no mercado e a menor taxa de juros dos últimos tempos têm aquecido o mercado de compra e venda. Um cenário ainda mais favorável para investidores que, a exemplo de tudo o que foi dito, conseguiram superar a crise dos últimos anos sem perder um centavo de seu patrimônio.