O Comitê de Orientação Emergencial (COE) de Passo Fundo divulgou, em uma coletiva de imprensa realizada na tarde de ontem (17), orientações e estratégias para enfrentamento e prevenção do Covid-19. Criado nesta semana por decreto municipal, o COE é uma resposta ao crescente número de casos do novo coronavírus no Brasil, que chegou a 290 confirmações nessa terça-feira. Outros 8,8 mil casos ainda são considerados suspeitos. Destes, oito são de municípios que compõem a região de abrangência da 6ª Coordenadoria Regional de Saúde (6ª CRS), entre eles Passo Fundo, onde quatro casos já foram descartados e outros dois seguem sendo investigados. Não há nenhum confirmado. “Todos os casos suspeitos notificados em Passo Fundo eram de pessoas que viajaram para o exterior e apresentavam sintomas leves”, informou o coordenador da 6ª CRS, Marcelo Pacheco.
Composto por representantes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), 6ª CRS, Conselho Municipal de Saúde (CMS), hospitais e instituições de ensino de Passo Fundo, o COE ajuda a padronizar formas de abordagem, orientar profissionais de saúde e comunidade, além de organizar atendimentos físicos e remotos no município. As ações, que vão de acordo com o decreto nº 029/2020, assinado pelo prefeito Luciano Azevedo, que dispõe sobre as medidas para prevenção do Covid-19 no município, centram-se principalmente em reduzir a circulação da população, especialmente em locais onde há maior aglomeração de pessoas. “Isso ajuda a reduzir a curva epidemiológica no país, evitando que alcance picos de contaminação, como aconteceu na China e na Itália, e assim garante que os serviços de saúde consigam atender todos os casos no Brasil”, explicou a secretária de Saúde, Carla Gonçalves.
Além de reiterar a importância da medida adotada pelo município, de suspender as aulas na rede pública municipal de ensino e todas as atividades municipais em que há aglomeração de pessoas, a Secretaria Municipal de Saúde informou durante a coletiva que está preparando uma unidade de referência no município para atender os casos suspeitos do coronavírus. O objetivo é concentrar os atendimentos nesse local, que será divulgado nos próximos dias. A capacitação de todos os profissionais da rede de saúde também vem sendo feita e será ampliada com o apoio das faculdades de Medicina. “Os hospitais da cidade também estão preparados para a pandemia. O Hospital São Vicente de Paulo dispõe de 10 leitos ambulatoriais e cinco em UTI, para atender pacientes que contraíram o coronavírus e, por isso, devem ser tratados em isolamento. Já no Hospital de Clínicas, há quatro leitos em ambulatório e um em UTI”, relatou Pacheco.
O coordenador da 6ª Coordenadoria Regional de Saúde ressaltou, ainda, a importância de pessoas de outros municípios não virem a Passo Fundo em busca de atendimento, mas procurarem as unidades de saúde de suas cidades. “Estamos nos adequando a essa nova realidade e tomando os cuidados necessários para amenizar a curva epidemiológica e não afogar nossas unidades e hospitais”, enfatizou.
Central de Atendimento Remoto
Outra ação que deve ser efetivada nos próximos dias é a criação de uma Central de Atendimento Remoto, com telefones à disposição da comunidade para esclarecimento de dúvidas e orientações em relação ao vírus. A intenção é evitar que pessoas com sintomas leves busquem atendimento nos hospitais, sobrecarregando o sistema. “O que precisamos lembrar é que seguimos os critérios do Ministério da Saúde, que define como suspeitos aqueles que, além de apresentar sintomas comuns em síndromes gripais, tenham estado no exterior ou em contato próximo com casos suspeitos ou confirmados de coronavírus. Se constatarmos que obedecem a esses critérios, a vigilância vai até a pessoa e faz a coleta do material para análise, evitando a circulação dela nas unidades de saúde”.
A principal orientação à comunidade é que as pessoas com sintomas leves ou que tiverem contato próximo com alguém infectado permaneçam em casa. Se for preciso buscar atendimento médico, devem ser priorizadas as unidades de saúde, e não os hospitais. “Os hospitais se organizam para o caso de atender pessoas graves. Além de tudo, ao ir ao hospital, se entra em contato com outros doentes e o risco pode aumentar. É fundamental que a população tenha esse conhecimento”, ressalta a secretária Carla. “Outra recomendação importante é que qualquer pessoa que esteja voltando de uma viagem ao exterior, mesmo que seja assintomática, fique em isolamento domiciliar voluntário por sete dias. Se apresentar sintomas, o isolamento deve durar 14 dias”.
Sintomas
Segundo estudos já realizados, os principais sintomas do coronavírus são febre, tosse e fadiga. Parte dos pacientes pode apresentar dor de cabeça, mal-estar, dores no corpo, congestão nasal, coriza e diarreia. Ainda, alguns pacientes podem ser assintomáticos, ou seja, estarem infectados pelo vírus, mas não apresentarem sintomas.
Casos suspeitos devem ser comunicados imediatamente para Vigilância Epidemiológica do município pelos telefones (54) 3313-4874, (54) 3046-0097 ou (54) 9 9667.6279 para discussão entre as vigilâncias municipais e estaduais, seguindo o Protocolo do Ministério da Saúde.