Imediatismo e futuro
Não é apenas um período de tempo que separa o imediatismo do futuro. Entre eles há um longo caminho construído pelo conhecimento, sedimentado pela experiência e consolidado pelo bom senso. Num momento delicado, mesmo sob uma forte pressão, o prefeito Luciano Azevedo vem mantendo um raciocínio lógico. Parte do respeito à ciência, cujos conhecimentos representam a evolução do próprio ser humano, para decidir pela preservação da vida. As decisões do prefeito têm importância amplificada, tanto como exemplo ou como consequência, pois Passo Fundo é uma cidade-polo. Mais do que isso, é um referencial em saúde. Então, além das orientações dos especialistas mundiais e nacionais, Passo Fundo também segue a linha dos seus profissionais da área.
Eles conhecem o cenário e sabem muito bem sobre a importância em manter as pessoas em casa. Sem imediatismos, essa ponderação pode preservar o prefeito de ter seu nome responsabilizado no futuro pelas mortes do presente. Ao contrário, respeitando os especialistas, Luciano Azevedo segue confiante para grafar o seu nome na história. Certamente, será lembrado por evitar muitas mortes. Sabemos que o tempo é o senhor da razão. Assim como o amadurecimento aproxima as pessoas do futuro. Mas não basta apenas o prefeito seguir às orientações das autoridades médicas. Todos devem fazer a sua parte. Por isso, quem puder, fique em casa!
Politicagem
Nossas políticas de saúde pública sempre deixaram muito a desejar. Mas a saúde sempre foi um forte argumento de campanha para os políticos. Agora, estamos vivendo a mais grave situação epidemiológica mundial contemporânea. Mesmo diante de um momento assustador, a saúde descambou para a politicagem. Estamos contaminados por um jogo sujo, rasteiro, traiçoeiro, inconsequente e desumano. Se por um ângulo necessitamos de infectologistas e sanitaristas, por outro está escancarada a carência de psiquiatras. Desdenhar da ciência é desequilíbrio. Ou, dependendo do caso, instinto genocida.
Voando baixo
A pandemia do novo coronavírus infectou a aviação. Em todo planeta a maioria dos aviões está no chão. No Brasil o fluxo semanal era de 14.781 voos, agora reduzido para 1.241. Das 106 cidades atendidas por empresas de linha aérea, apenas 46 permanecem com algumas frequências. As empresas priorizaram os voos entre as capitais. Passo Fundo está entre as 60 cidades que, por um período, ficam sem o serviço regular.
Lavando a quarentena
- Como está a quarentena? Respondo que estou lavando. – Ah tá levando numa boa? Não. Não estou levando. Estou lavando. Lavando as mãos, lavando roupas, lavando panelas, lavando portas, lavando louça...
- Num momento tão delicado e até alarmante, fico indignado com a conduta de alguns seres semoventes. Com tanta mensagem boa para repassar, por que só pulverizam o ódio político? Isso também é uma doença grave.
- Essa é da nossa coleguinha Lauriane. “Quanto mais desinformação, pior é a crise”.
- Há quantos dias não uso óculos de sol?
- Saí do banho e, automaticamente, passei perfume atrás das aurículas e nos pulsos. Então fui para a cozinha picar uma cebola.
- Além de hospitais, também necessitamos de manicômios de campanha.
- Estamos desenhando hoje o gráfico das mortes que será publicado amanhã.
Trilha sonora
O talento resulta da sensibilidade da alma do artista. Os músicos gaúchos são bem assim e abrem a boca para cantar na hora certa. Para passar a mensagem, Edu Meirelles liderou um grupo que tem o passo-fundense Maurício Chaise, meu primo Caetano Maschio Santos ao bandolim e meu amigo Carlinhos Carneiro: Brasil, Fica em Casa.
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