A pandemia de COVID-19 tem avançado rapidamente e gerado o caos por onde passa, ameaçando trazer graves consequências humanas e econômicas por todo o mundo.
As medidas tomadas pelos países para conter a contaminação e reduzir a gravidade das consequências vem empurrando sociedades inteiras para uma situação econômica delicada sem fim à vista.
Economias locais estão passando atualmente por um “coma induzido” pela quarentena das populações, ameaçando parar quase por completo uma parte significativa da atividade econômica. O caminho que se segue ainda não é claro, mas será certamente desafiador, com vidas e negócios interrompidas por uma grande incerteza epidemiológica.
A capacidade de adaptação aos novos cenários é que permite que qualquer organização continue firme no seu propósito. O cenário atual exige acima de tudo conscientização por parte de todos e que as nossas decisões sejam alicerçadas no respeito ao ser humano, base fundamental para exercermos o nosso papel de protagonismo no que se refere ao desenvolvimento sustentável.
Os chefes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmam que salvar vidas é um “pré-requisito” para salvar os meios de subsistência, chamando a pandemia de “uma das horas mais sombrias da humanidade”.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, e a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, disseram que a covid-19 precisa ser controlado primeiro antes de reativar a economia, apesar de admitirem que é difícil encontrar o equilíbrio certo.
Georgieva afirmou que a recessão global decorrente do coronavírus já é uma realidade e que será “bem pior” que a crise financeira de 2008/2009, mas que escala e duração vão depender as ações tomadas pelos países. “Em toda minha vida, esse é o momento mais sombrio enfrentado pela humanidade”, definiu, durante coletiva de imprensa conjunta com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em Genebra, na Suíça.
Segundo Georgieva, o principal risco agora é de ondas de falências de empresas e demissões em massa, que podem atrasar a recuperação econômica. Neste contexto, ela revela que mais de 90 países já entraram com pedidos de ajuda financeira no Fundo, uma demanda nunca verificada antes.
“Temos US$ 1 trilhão disponíveis e estamos comprometidos a usar o que for necessário contra o vírus”, disse, reafirmando que a instituição está pronta para proteger a economia global.
Para Yuval Harari, "nos últimos anos, políticos irresponsáveis minaram deliberadamente a confiança na ciência, nas autoridades públicas e na mídia. Agora, esses mesmos políticos irresponsáveis podem ficar tentados a seguir o caminho do autoritarismo, argumentando que você simplesmente não pode confiar na mídia ou na ciência para fazer a coisa certa. Normalmente, a confiança que foi corroída por anos não pode ser reconstruída da noite para o dia, mas estes não são tempos normais”.
A Travessia, será longa, mas não será impossível de ser concluída. Resta saber se a discussão Saúde e Economia versus Economia e Saúde poderá ser equilibrada e propositiva para a construção de alternativas capazes de preservar a vida, manter a dignidade humana e as empresas funcionando.
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